Uma grave lesão ao meio ambiente acontece as margens da orla do Lago Paranoá. Nesta segunda-feira (24), dezenas de caminhões da Novacap descarregaram milhares toneladas de entulhos na beira-lago, mesmo local em que o Ministério Público e a Tribunal de Justiça do Distrito Federal mandaram destruir, em 2015, cercas, alambrados, píer’s e jardins dos moradores, acusados de invadirem e de degradarem uma APP (Área de Proteção Permanente)
governo pode tudo. Pelo menos essa é a lógica quando se trata de uma área tida como APP por abrigar a fauna e a flora do Lago Paranoá na altura da QL-12, local escolhido como o ponto de partida do Projeto Orla Livre.
Apesar de algumas ações impetradas na justiça pelos moradores, denunciando a sequencias de crimes ambientais, praticadas na orla do Lago, no entanto, a Vara do Meio Ambiente, o Ministério Público do Distrito Federal, bem como os órgãos ambientais se fazem de surdo, cego e mudo para os delitos cometidos pelo próprio governo de Brasília.
Nunca a orla do Paranoá foi tão degradada como nos últimos dois anos. O governador Rodrigo Rollemberg insiste transformar uma área residencial e um polo gastronômico no pedaço mais caro do Lago Sul, no trecho compreendido entre a QL-8 e a QL-12 (Península dos Ministros), que será administrado pela Natura por meio de uma Parceria Publico/Privada.
A multinacional brasileira de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos é de propriedade do empresário bilionário Guilherme Leal que irrigou com quase meio milhão de reais a campanha de Rodrigo Rollemberg em 2014.
O mais grave é que a beira do Paranoá, lago artificial que será usado para debelar a crise hídrica de Brasília, está sendo criminosamente devastada sem dó e piedade. Nos últimos dias, caminhões da Terracap despejam toneladas de entulhos, material utilizado no aterro de declives naturais para a construção da estrada asfaltada que servirá como via de abastecimento de suprimentos aos bares e restaurantes do denominado projeto Orla Livre.
Por muito menos, o Ministério Público e a Vara de Justiça do Meio Ambiente foram providenciais quando determinaram que orla do Lago tinha que ser desobstruída e democratizada. Em 2015 e em 2016 a região que concentra alguns dos imóveis mais caros de Brasília tiveram que recuar em 30 metros da chamada faixa de domínio.
Tudo foi removido pela Agefis com transmissão ao vivo pela TV. Os moradores do Lago Sul foram esculachados e chamados de “invasores e de ladrões de água do lago” por agentes públicos do governo Rollemberg. Agora, o crime cometido pelo próprio governo é bem maior. E nem adianta chamar a polícia.
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