Menos mal. Entre ficar dependendo do Paranoá ou da região administrativa de São Sebastião, os 75 mil moradores do Jardim Botânico e adjacências preferem que a cidade fique ligada à região administrativa do Lago Sul. O consenso é geral entre as lideranças e as entidades representativas da região, já que essa será a decisão tomada pelo governador Rollemberg a ser anunciada nos próximos dias.
A justificativa gira em tono da contenção dos gastos públicos, uma das maiores preocupações que atormenta o governador nestes 16 dias à frente do GDF.
O relatório feito pelo administrador do Paranoá, Eduardo Rodrigues da Silva, que também responde interinamente pelas administrações de São Sebastião, Itapoã e do Jardim Botânico aponta graves problemas nas quatro regionais.
A situação mais grave foi detectada na RA XXVII do Jardim Botânico que funciona em um espaço no shopping, cujo aluguel mensal passa de R$ 25 mil reais e chegará à partir de fevereiro R$ 28 mil, mais condomínio.
A situação fica pior ainda quando sabemos que a Administração funciona em um prédio sem alvará. Mas o que surpreendeu mesmo o governo é a grande quantidade de funcionários, cerca de 60, cuja maioria dava expediente em casa mesmo, já que o espaço alugado pelo GDF não comporta a todos.
No patrimonio de carga do GDF, apenas três veículos velhos e com pouca condições de uso. Nos últimos 4 anos a RA XXVII apenas expediu documentos precários sem nenhuma validade. Até vendedores de “quentinhas” tinham uma espécie de passe-livre, com o carimbo da administração, que permitia a eles a promover suas vendas ao longo da avenida principal (001) da cidade.
A região administrativa do Jardim Botânico foi criada em 2004. Antes havia uma gerencia ligada a Administração do Lago Sul. A cidade condominial do DF nos últimos 11 anos atingiu uma população de 75 mil moradores que se espalha desde o alto plano leste, passando pelo setor Habitacional São Bartolomeu e se estendendo até ao Setor Habitacional Tororó.
Segundo dados da Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan), o Jardim Botânico aparece com a renda mais elevada e acima da média das outras cidades. A renda domiciliar média mensal chega a 19,42 salários mínimos (R$ 14.060) e 42,70% dos domicílios têm renda superior a 20 salários mínimos (R$ 14.480),
A população contribui fortemente com seus impostos (cerca de R$ 100 milhões anuais) são destinados aos cofres públicos. A região é composta basicamente por condomínios fechados em que seus moradores têm sidos penalizados pelo GDF nos últimos 30 anos pela falta de regularização dos parcelamentos, tendo que bancar do próprio bolso grande parte da infraestrutura do bairro. dados da pesquisa oficial do GDF revela ainda que a maioria das familias dos moradoradores do Jardim Botanico, antes morava no Lago Sul.
A contenção dos gatos e a gravidade encontrada na insignificante estrutura da Administração Regional do Jardim Botânico são fatores que estão pesando na decisão de Rodrigo Rollemberg de fazer a fusão da RA XXVII à regional do Lago Sul, até que uma solução plausível possa ser encontrada. A comunidade está disposta a ajudar o governo nesse entendimento.