Um caso grave de aneurisma cerebral de uma paciente de 65 anos, está sendo negligenciado pelo Instituto Hospital de Base, o único hospital de referência de Brasília, por falta de cateter. Nessa mesma situação, estão outros pacientes, menos graves, que são obrigados a ficarem na fila de espera.
Por Toni Duarte//RADAR-DF
Quanto custa um cateter? No mercado, segundo apurou o Radar, fica por R$ 350,00 a unidade.
Já a vida dos pacientes que chegam ao Instituto Hospital de Base do Distrito Federal com problemas graves de aneurisma cerebral parece não ter valor algum.
É o caso de Maria José Melo Jaime, diagnosticada na noite de ontem, no Hospital da Asa Norte – HRAN, e encaminhada com urgência ao IHBDF, o único com referência para realizar tal procedimento.
Quando o aneurisma estoura e provoca ruptura, chega a levar a óbito até 50% dos pacientes acometidos pela doenças.
Cerca de 40% têm algum grau de sequela e só 10% voltam a ter a vida que tinham antes de ter esse tipo de derrame por aneurisma cerebral.
No entanto, 18 horas deitada sobre uma maca, no pronto socorro do Base, Maria disputa a vida contra a morte patrocinada pelo Estado.
Um médico neurocirurgião do Hospital de Base, constatou nesta manhã de sexta-feira (07/09), a situação grave da paciente, mas disse não poder fazer nada por falta de cateter, o material mais importante para realizar o procedimento. Maria mantém a esperança de ser atendida antes de uma crise fatal que possa levá-la a óbito.
Relato de um familiar
“Ontem de manhã ela foi em minha casa. Estava feliz ! Deu banho na cachorrinha sob meu protesto, fez um strogonoff para Deise e a filhinha e foi embora às 15 horas. Maria mora numa quitinete na 209 Sul com o marido idoso . Eu moro na 307 Sul.
As 16 horas, ela ligou desesperada com dor de cabeça. Deise a levou ao HARAN. O diagnóstico apontou um aneurisma cerebral. Eu não sabia ainda do ocorrido.
Cheguei em casa às 19 horas. Não vi Deise nem filhinha. Liguei e Deise disse que esperava ambulância para levá-la ao Hospital Base, pois lá não tinha um neuro.
Só chegou HB às 22 horas. Deise chegou em casa às 4 da madrugada, pois teve que comprar o remédio que pediram . Vim para cá as 7 horas e até agora, nada.
Não tenho condições de pagar um hospital particular. É muito caro e ela tinha Plano de Saúde, mas não conseguiu pagar. Agora sou testemunha que a população de Brasilia está abandonada diante dos tantos descasos dos serviços públicos que tem direito. Estamos em estado de abandono total. Temos que mudar!”, disse.
Visão Radar
O drama enfrentado por Maria José Melo Jaime na “fila da morte” no maior hospital de referência do DF é a mesma via crúcis dos milhares de cidadãos brasilienses que pagam pesados impostos ao governo e se sentem desprotegidos e impotentes diante da irresponsabilidade daqueles que deveriam administrar a saúde pública com competência.
A nova imagem do IHB, na pele de um Instituto, desde janeiro deste ano, tem sido vendida pelo governador Rollemberg, nesta campanha eleitoral, como algo bombástico e como a melhor obra de seu governo. Engana que o povo gosta, governador!