Após 39 dias de paralisação, os servidores do DETRAN-DF, só conseguiram fazer uma única vítima: a população e o mercado de automóveis que sofreu uma queda de 40% nas vendas de veículos e um prejuízo incalculável a cadeia produtiva ligada ao setor. O governo frouxo de Rodrigo Rollemberg, só tomou a iniciativa para acabar com o movimento paredista na última sexta-feira (20).
Toni Duarte// RADAR-DF
Nos últimos 39 dias a movimentada Cidade do Automóvel na Estrutural se transformou em uma cidade fantasma por não registar nenhuma venda de carros novos ou seminovos o que obrigou a maioria dos mais de 100 lojistas a fechar as portas mais cedo em pleno horário de expediente.
A greve decretada pelos servidores do Detran, que terminou nesta segunda-feira (23), destruiu a economia dos empresários do setor causando uma queda de 40% nas vendas de veículos no Distrito Federal.
Para Cleber Pires, Presidente da Associação Comercial de Brasília ACDF, a paralisação do Detran conseguiu estagnar a venda de 10 mil carros mês e deixou de transferir cerca de 50 mil carros nos últimos 39 dias.
“Essa greve foi um absurdo porque só puniu a sociedade que em tese é quem paga os salários dos servidores públicos”, disse o presidente da ACDF.
Ele disse que o prejuízo é incalculável porque o movimento dos servidores atingiu toda uma cadeia produtiva quando deixou de fazer mais de 4 mil atendimentos por dia.
Cleber Pires avalia que uma greve como essa, além do mercado da venda de veículos, atinge também as lojas de autopeças, o despachante, as auto-escolas, o cidadão que não conseguiu vender o carro para comprar outro; que não conseguiu receber um carro na troca de um imóvel e aquele que estava endividado e precisava vender o veículo rápido para saldar uma dívida.
A medida que a greve se alongava, o segmento da venda de carros começou a dispensar funcionários diante do caos instalado.
Na quarta-feira da semana passada, o presidente da Associação Comercial teve que furar o piquete dos servidores do Detran para questionar os grevistas. VEJA NO VÍDEO
Após reclamar com grevistas, o dirigente da ACDF, procurou o governador para fazer a mesma reclamação e sugeriu que cortasse o ponto dos servidores como única forma de acabar com a greve.
“Na verdade, temos um Estado falido que paga um alto salário aos servidores do DETRAN-DF, onde parte ganha em média 16 mil reais para trabalhar seis horas por dia. Eles acham que podem trabalhar menos ainda e ganhar mais. Esse é o motivo da greve”, disse Pires.
O representante da ACDF destacou que o Detran tem um grupo de servidores extremamente dedicado e comprometido com o serviço público e com o próprio órgão e que estava sendo impedido de trabalhar por aqueles que aderiram à greve
Apesar da iniciativa tardia do governo, aos poucos a cidade do automóvel voltou a sua normalidade diante dos estragos produzidos nestes últimos 39 dias da paralisação do Detran. A fila para vistoria de veículos amanheceu quilométrica nesta segunda-feira.
Os funcionários grevistas terão que pagar os dias parados trabalhando das sete da manhã as sete da noite, inclusive aos sábados.
Quem trabalhava seis horas vai ter que trabalhar 12 para repor os dias parados.