Um estudo sobre violência contra meninas e mulheres mostrou queda de 42,9% no número absoluto de feminicídios no Distrito Federal nos últimos quatro anos. O levantamento é realizado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública sobre o 1º semestre de 2022.
A pesquisa reúne estatísticas criminais de mortes e estupros de mulheres dos primeiros semestres dos últimos três anos.
Os dados são baseados nos boletins de ocorrência classificados como feminicídio pela Polícia Civil do DF (PCDF).
Por outro lado, enquanto o DF apresenta redução, o número de casos no país cresceu 10,8%, num total de 2.671 mortes nos primeiros semestres dos últimos quatro anos.
Desse total, 699 registros ocorreram entre janeiro e junho deste ano, uma média de quatro mulheres assassinadas por dia.
O aumento representa 3,2% na comparação com 2021. No caso dos estupros, foram 29.285 notificações em 2022.
No acumulado dos quatro anos, mais de 112 mil mulheres foram estupradas, uma a cada 9 minutos.
Para Thiago Pierobom, promotor de Justiça do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), os dados registrados durante a pandemia, em 2020, estiveram em um nível mais baixo que o de 2019. Um padrão que se repetiu em 2021 e no primeiro semestre de 2022.
“Esse 2022, a gente voltou ao primeiro patamar de 2020, que foi aquele auge da pandemia, quando todo mundo ficou trancado dentro de casa. Não é que as mulheres estavam mais protegidas, é que elas tinham mais medo”, aponta o promotor.
A estrutura de enfrentamento à violência doméstica na capital federal é uma das melhores do país, segundo avalia o especialista.
Ele ressalta que os principais motivos do crime são o homem não aceitar o término da relação, disputas patrimoniais e pagamento de pensão alimentícia.