Em quatro anos do governo Rollemberg, o balanço das derrubadas no Distrito Federal foi de mais de 20 mil casas. Cerca de 80% das investidas da Agefis foi contra famílias empobrecidas em busca de um lugar para morar. De tanto praticar o terror, para cumprir metas e de se livrar de perseguições internas do órgão, fiscais da Agefis estão sofrendo de doenças da saúde mental como estresse e depressão, sintomas psicóticos que beiram a loucura
Por Toni Duarte//RADAR-DF
Uma autarquia cheia de deprimidos. Esse é o resultado de quatro anos do governo Rollemberg, que impôs para cima dos servidores da Agência de Fiscalização do Distrito Federal, a época sob o comando de Bruna Pinheiro, a exigência de metas de derrubadas de casas em áreas públicas do DF.
Aliadas a estas imposições, que permanecem até agora, os fiscais que se recusam a prática do terror contra famílias pobres, vítimas constantes da grilagem e por fim aniquiladas pelo próprio Estado, sofrem com as perseguições e o assédio moral dentro da autarquia.
Pelo menos é isso que apura o Ministério Público do Trabalho após denúncia feito pelo Sindicato dos Servidores Integrantes das Carreiras Típicas de Estado (Sindicate).
O processo que corre na Procuradoria Regional do Trabalho da 10ª Região, aponta que ao menos 100, dos 400 fiscais da Agefis, se encontram em estado depressivo e de estresse.
Alguns dos indícios da depressão são: ansiedade, alterações do apetite, de peso e do sono, dor crônica, agitação, fadiga ou perda de energia, sentimentos de inutilidade ou de culpa. Se esses sintomas psicóticos não forem tratados, podem levar a pessoa a esquizofrenia extrema.
Um fiscal com 12 anos trabalhando na Agefis confidenciou ao Radar na última quinta-feira (18/04), que sofre de depressão desde o ano passado, quando as operações de derrubadas de casas foram mais intensificadas.
Segundo ele, de uma hora para a outra, passou a ter um comportamento agressivo até mesmo dentro de casa.
Os sinais de agressividade dos funcionários da Agefis estão cada vez mais visíveis durante as operações de derrubadas de casas como a que ocorreu no dia 5 de dezembro do ano passado, na comunidade de Santa Luzia na Estrutural.
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Cerca de 200 famílias hipossuficientes foram jogadas na chuva e na lama após a derrubada de suas moradias em uma operação que durou dois dias.
Na ação de derrubadas, até animais domésticos não escaparam da violência. Gatos e cachorros foram esmagados por tratores por não terem tempo suficiente de saírem de dentro das casas demolidas.
Foi nesta mesma comunidade, ocupada por famílias pobres, que a Agefis atualmente comandada por Georgeano Trigueiro, do governo Ibaneis, voltou no início deste mês para continuar as demolições.
Como se observa, o Estado é opressor tanto para o povo que não tem para onde ir, quanto para os seus servidores que vivem à beira da loucura.
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