O ASSUNTO É

DE GOVERNADOR DO DF A PRESIDIÁRIO. Agnelo tem medo de ser transferido para a Papuda

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Na hora de ser preso, o ex-governador Agnelo Queiroz (PT) entrou em uma crise choro incontrolável. Foi na casa dele, na QI 17 do Lago Sul, que uma equipe da Polícia Federal passou mais tempo para iniciar a condução do preso na manhã de ontem para a carceragem da PF no Setor Policial Sul de Brasília. Entre muitas coisas que afligem o ex-governador é o medo terrível de ficar preso mais que os cinco dias (prazo da prisão temporária) e ser transferido preventivamente para uma das celas do maior barril de pólvora do DF que abriga quase  14 mil detentos: o “Caldeirão da Papuda”

Por Toni Duarte

 

m 2013, como quem estava adivinhando o seu destino, o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz mandou reformar, em sigilo absoluto, uma das alas do Complexo Penitenciário da Papuda para abrigar seus companheiros petistas como o ex-ministro José Dirceu, o tesoureiro do PT, Delúbio Soares e o ex-presidente do Partido dos Trabalhadores e ex-deputado José Genoino, presos pelo escândalo do “mensalão”.

Da ampla casa no Lago Sul, bairro que tem o metro quadrado mais caro do Brasil, o ex-governador Agnelo Queiroz, segundo a avaliação de policiais federais pode se transformar em um no meio dos mais de 14 mil criminosos que se amontoam dentro da Papuda. A situação de Agnelo, segundo ainda as investigações feitas pela operação “Panatenaico”,  é a mais complicada neste caso, do que a situação do também ex-governador José Roberto Arruda e o ex-vice-governador Tadeu Filippelli, presos pela mesma operação policial.

Orçada em cerca de R$ 600 milhões, a construção do estádio Mané Garrincha, com capacidade para 70 mil pessoas custou, em 2014, R$ 1,575 bilhão, colocando a arena como a mais cara entre as 12 cidades-sede da Copa. “O superfaturamento, portanto, pode ter chegado a quase R$ 900 milhões”, diz a PF. A roubalheira foi tão grande que levou a Terracap, empresa pública que financiou a obra, a um estado de insolvência.

Aos poucos o médico Agnelo Queiroz, que já foi um dos homens mais poderosos do DF, por ter sido deputado distrital, deputado federal, ministro de Estado e governador de Brasília, começa a descobrir a dura realidade de se submeter às duras regras impostas a quem está preso. Ele sente o mesmo temor do ex-ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que preferia morrer a expiar seus pecados atrás das grades no Brasil.

O presídio da Papuda localizado a cerca de 20 quilômetros da Praça dos Três Poderes, abriga quase 14 mil presos, o dobro da capacidade considerada adequada. Ao visitar os seus amigos mensaleiros em 2013, o então governador Agnelo presenciou a dura realidade do presídio onde a maioria dos presos toma banho gelado, dorme num chão de cimento úmido e fazem suas necessidades fisiológicas em uma latrina rente ao chão conhecida como boi.

Foi essa crueza que levou Agnelo mandar reformar uma ala especial conhecida como “ala dos vulneráveis” para abrigar presos por terem condição de saúde debilitada ou serem considerado alvo de eventuais rebeliões, como é o caso dos bandidos envolvidos com a ladroagem do dinheiro público. O puxadinho do Agnelo pode servir pra ele.

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