O governador Rodrigo Rollemberg mandou às favas a decisão da justiça que manda o governo de Brasília cancelar a licitação feita a base de corrupção que favoreceu donos de empresas de ônibus que exploram o transporte público do DF
causa do alto preço do transporte público paga pela população do Distrito Federal tem um: os milhões de reais pagos em propinas pelos donos de empresas de ônibus para uma quadrilha que envolve servidores públicos e empresas de consultorias.
O esquema da licitação montada na base de corrupção foi alvo de investigações feitas pelo Ministério Público do Distrito Federal e pela CPI do Transportes da Câmara Legislativa que chegou a indiciar 17 pessoas no ano passado.
Documentos demonstram que o edital de licitação foi elaborado pela empresa Logitrans, de Garrone Reck, em conjunto com Sacha Reck e Melina Reck, advogados de empresas dos grupos Gulin e Constantino. Na ocasião saíram vencedoras da concorrência a Viação Marechal, representada por Melina Reck em licitação de Marília (SP), e duas empresas ligadas aos Constantino – viações Piracicabana e Pioneira.
Em setembro deste ano a 1ª Vara de Fazenda Pública pediu a anulação da licitação e deu 180 dias para que o governo contratasse novas empresas de ônibus. A justiça entendeu que o advogado Sacha Reck, que fez parte da comissão de licitação (e que chegou a ser preso em uma operação contra fraudes em licitação no Paraná), agiu “ilicitamente na gestão e consultoria” do processo.
O Radar apurou que o Tribunal de Contas do Distrito Federal, em decisão nº 5161/2016 do dia 06 de outubro de 2016, deu um prazo improrrogável de 30 dias para que a Secretaria de Estado de Mobilidade do Distrito Federal se manifeste acerca das impropriedades identificadas na Informação encaminhando seus argumentos e eventual documentação comprobatória, no caso de discordância.
Mas o governador Rodrigo Rollemberg determinou a Procuradoria-Geral que recorresse da decisão e trava uma violenta queda de braço dentro do Poder Judiciário e contra o TCDF para manter a todo custo um contrato fraudulento em que empresas vão faturar R$ 10 bilhões em dez anos, prazo da concessão, que pode ser renovada por igual período.
O deputado distrital Bispo Renato Andrade (PR), que foi o presidente da CPI do Transporte instalada pela Câmara Legislativa, que investigou o rumoroso caso, disse ao Radar que há provas suficientes que revelam uma relação criminosa na montagem da licitação que tinha o objetivo de favorecer um grupo de empresas de ônibus que opera o setor no DF.
“Infelizmente o governo do Distrito Federal teima em não atender as decisões judiciais que determinam a realização de uma nova licitação. Se fosse realizada uma nova licitação, todos sairiam ganhando com isso (população e governo) porque não pagaria a tarifa técnica, o valor do contrato cairia substancialmente e mais ainda: o valor das passagens poderia ser bem menor do que é hoje praticado pelo sistema”, explicou o parlamentar.
VEJA VÍDEO COM BISPO RENATO:
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