Ninguém tem dúvida de que o pleito eleitoral realizado em outubro do ano passado, que elegeu os 40 novos conselheiros tutelares do DF, ocorreu eivado de maracutaias produzidas pelo governo de Brasília. O caso foi parar na Polícia, Ministério Público chegando ao Superior Tribunal de Justiça. Mas quem venceu foi Rollemberg que conseguiu manter o pleito do jeito que ele queria.
odo mundo sabe que os conselhos tutelares há muito tempo deixaram de ser um órgão permanente e autônomo, não-jurisdicional, encarregado pela sociedade de zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do adolescente, definidos em Lei”, para se transformarem em “cubículos” que servem para alimentar os redutos eleitorais do governante de plantão.
Neste domingo (10), o governador Rodrigo Rollemberg entregou diplomas dos 200 novos eleitos, representados por um grupo de 20 conselheiros tutelares, depois de um processo marcado por confusões na polícia e na justiça com suspensão do processo de escolha ocorrido no ano passado em que concorreram 26 mil candidatos. Os eleitos ficarão no cargo até 2019 e receberão um salário mensal de R$ 4.684,66.
Até hoje ainda tem dezenas de processos tramitando na justiça pedindo a anulação do pleito, cujo resultado das urnas só foi conhecido depois de mais de duas semanas de atraso, tempo suficiente, segundo denúncias feitas por vários candidatos, para manipulação dos resultados.
Na época, o juiz da 2ª Vara da Fazenda Pública do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) chegou a determinar a suspensão do pleito porque muitos candidatos reclamavam que não foram aceitos para disputarem a vaga ou por que simplesmente seus nomes haviam sumido misteriosamente das listas de inscrição.
De acordo com a decisão do juiz, “o certame está eivado, desde o início, por uma série de equívocos e irregularidades quanto ao cumprimento dos requisitos legais que deveriam orientar, no caso concreto, a atuação administrativa”.
Apesar de todas as evidencias de bandalheiras que forjaram o pleito, o fato é que o governador Rodrigo Rollemberg fez festa ao nomear os novos eleitos.
Da Redação Radar