Sem ainda anunciar os nomes e cercado de mistérios, o governador Rodrigo Rollemberg já definiu os novos 31 administradores regionais que deverão tomar posse dos cargos na próxima terça-feira, segundo uma fonte do governo.
Alguns estudos foram feitos com a possibilidade de fazer as fusões entre algumas regionais consideradas de “péssimas estruturas”, porém o governador teria recuado da ideia diante da possível reação dos moradores das cidades afetadas com tais medidas consideradas impopulares.
Entre as regionais que seriam extintas, segundo um estudo apresentado a Rollemberg ainda no período de transição, estão a do Jardim Botânico (RA XXVII), Varjão (RA XXIII), Sudoeste/Octogonal (RA XXI),Candangolândia (RA XIX), ParkWay (RA XXIV), SCIA (RA XXV) e Itapoã (RA XXVIII).
Na época, o coordenador-geral de transição, o agora secretário da Casa Civil Hélio Doyle, chegou a anunciar a possibilidade de reduzir o número de administrações regionais do Distrito Federal a partir de 2015.
O principal motivo seria o de realizar corte de gastos para ajustar as contas públicas. Ontem, no primeiro dia de trabalho do governo Rollemberg, o tema voltou à pauta e a tendência de reduzir as regionais teria perdido força principalmente por parte do próprio Rollemberg.
Reação no Jardim Botânico
As lideranças históricas do Jardim Botânico que lutaram pela criação da administração da cidade não concordam de perder o que foi conquistado com muita luta em agosto de 2004. A região é composta basicamente por condomínios fechados em que seus moradores têm sidos penalizados pelo GDF nos últimos 30 anos pela falta de regularização dos parcelamentos, tendo que bancar do próprio bolso grande parte da infraestrutura do bairro.
“Não acredito que o governador tem em mente de acabar com a Administração Regional da nossa cidade”, disse ao Radar a presidente da AJAB, Viviane Fidélis.
Ela lembrou que durante a campanha Rollemberg deixava claro nas suas “rodas de conversas” que não faria nada sem antes conversar e debater com a comunidade sobre qualquer assunto de interesses dos moradores.
“Acabar com uma administração sem falar com a população é um ato insensato. Acredito no governador e ele não faria isso”, apontou Viviane.
Ela afirmou que tudo que o governo pediu a comunidade do Jardim Botânico fez de forma responsável a exemplo da lista tríplice constando três nomes de pessoas qualificadas, moradoras da cidade e que foram votadas pela comunidade para ocupar o cargo de administrador. “Fazer diferente disso, seria um contracenso”, afirmou a presidente da AJAB.
LEI DO CÃO: Decretão deixa às administrações as moscas
Quem procurou ontem, 01/01, as administrações regionais em todo o DF para resolver qualquer situação junto ao governo teve a sensação de ter batido na porta errada. As 31 RAs tiveram o seu primeiro expediente de 2015 completamente vazio por falta de funcionários. Esse foi o reflexo produzido pelo famigerado “decretão”, que exonerou, de uma só vez, todos os comissionados de livre provimento do governo.
O ato foi assinado por Rollemberg minutos após ter recebido a faixa de governador mandando publicar de imediato na edição extra especial do Diário Oficial do DF. Centenas de funcionários comissionados que não tinham acompanhado o D.O só tomaram conhecimento da exoneração na hora de marcar o ponto de entrada. A “lei do cão” assinada por Rollemberg deixou muita gente mal neste começo do ano.