Em quase dois anos de governo malsucedido, Rollemberg já meteu as mãos por duas vezes em mais de 1 bilhão e meio de reais, dinheiro do Iprev, guardado para pagar aposentadorias futuras dos mais de 30 mil servidores públicos do GDF. Até agora, ele não devolveu nenhum centavo
presidente do Sindicato dos Servidores Sindicato dos Servidores e Empregados da Administração Direta do Distrito Federal, André Luiz da Conceição, disse ao Radar que vai questionar na justiça a aprovação da Lei Complementar que autorizou o governador Rodrigo Rollemberg a meter a mão no dinheiro do Fundo Previdenciário do Distrito Federal (Iprev) com a justificativa que não tem recurso para pagar salários dos funcionários.
“A Câmara Legislativa simplesmente legalizou, de forma irresponsável, uma ilegalidade e os órgãos de controle, lamentavelmente, se fazem de cegos”, disse o sindicalista ao Radar ao criticar a aprovação da medida na última quinta-feira (01).
André Luiz disse que o governo mente e faz terrorismo emocional contra os servidores ao espalhar que vai faltar dinheiro para pagar salários dos servidores. Apenas seis dos 24 deputados distritais votaram contra a medida. (Wasny de Roure, Cristiano Araújo, Raimundo Ribeiro, Celina Leão, Bispo Renato Andrade e Wellington Luiz).
“Isso é uma mentira deslavada que não cola mais, da mesma forma que deixou de colar aquele manjado discurso que cansamos de ouvir de que a situação dramática do GDF era por causa da herança maldita deixada pelo governo anterior. O tempo revelou que a situação de caos existente em todos os setores do Distrito Federal é por falta de gestão desse governo”, afirmou.
Ela afirmou que no ano passado o governo passou a mão em R$ 1,2 bilhão e agora mais R$ 493 milhões do superávit financeiro do Instituto de Previdência dos Servidores para pagar a folha de pessoal. A devolução no caso do primeiro empréstimo que deveria ser em 180, no entanto, até hoje, não aconteceu. “Isso tem um nome: é calote escancarado que muita gente está fingindo que não ver”, disse André.
O sindicalista prevê que, a continuar com a sangria, a tendência do Iprev é ficar completamente falido antes mesmo de findar o desastroso governo Rollemberg. Ele classificou como “medida irresponsável” a autorização dada pela Câmara Legislativa ao governo para usar o dinheiro da previdência o qual o governo pagar com papéis do Banco de Brasília.
“Isso é absolutamente ilegal. A norma previdenciária condena esse tipo de operação financeira. O governo está caindo em um ato de improbidade que lamentavelmente só será declarado depois da casa arrombada”, disse.
Para o presidente do Sindser DF o governo não irá pagar esse último empréstimo como até hoje não pagou o primeiro. “Por isso somos contra e vamos questionar na justiça para proteger o dinheiro dos servidores”.
Visão Radar
E tem razão o sindicalista André Luiz. No primeiro empréstimo o governo se comprometeu a pagar com imóveis da Terracap considerado por muitos como “moeda podre”. O Iprev precisa de investimentos com liquidez. Se tiver que pagar uma aposentadoria emergencial de um grupo de servidores ficará impossibilitado pela falta de dinheiro em caixa. Por mês, o servidor desconta de seu salário 12% para o Instituto de Previdência. Antes o GDF contribui com 22% para a previdência dos servidores. Mas, desde o ano passado, o governo reduziu a sua participação para 16%. Sem dúvida, Rollemberg vai deixar uma herança maldita maior do que a anterior. O povo está lascado!
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