Enquanto o governador Ibaneis Rocha e o secretário de fazenda André Clemente fazem mágica para não deixar o DF quebrar, como ocorreu com Minas Gerais, Rio de Janeiro e o Rio Grande do Sul, o Banco Regional de Brasília (BRB) esbanja riqueza promovendo concurso para pagar supersalários a advogados com o dinheiro público
Por Toni Duarte//RADAR-DF
Enquanto os bancos privados ou mesmo os estatais como Banco do Brasil e a Caixa Econômica que pagam 9.857/mensal e R$12.901/mensal, respectivamente, aos seus advogados, o BRB resolveu, nesta época de crise nos cofres públicos do DF, ser um generoso patrão pagando um supersalário de 19,5 mil para o cargo de advogado júnior.
Um verdadeiro escárnio a outras categorias do próprio banco e dos contribuintes que pagam a conta.
Para receber essa bolada no final do mês, basta ao interessado passar no concurso público divulgado na última sexta-feira (17/05/2019) pelo BRB, cujas inscrições estarão abertas no período de 23 de junho a 29 de julho, pagando R$ 88 de taxa de inscrição.
O baqueado banco de Brasília oferece, além da remuneração de R$ 19,5 mil, benefícios como; participação nos lucros da empresa, possibilidade de participação em plano de saúde e plano de previdência complementar, auxílio-refeição, auxílio-alimentação e ainda ganha honorários das causas em que atuará em nome do BRB (LEI Nº 5.369, de 09 de julho de 2014).
Segundo cálculos feitos pelo Radar, esse futuro funcionário embolsará no final do mês quase R$35 mil, quase próximo o que faturam os advogados mais antigos do banco estatal que chegam a embolsar R$40 mil.
O Radar-DF também apurou que no mercado de Brasília, o setor privado que segue a lei distrital 5.368/2014, paga a um profissional o salário de 2.669,42 para quatro horas diárias ou 20 horas semanais e de R$3.981,77 para oito horas diárias ou 40 horas semanais. Os dados são de 2018.
A discrepância é grande entre o que paga o BRB e outras instituições financeiras. O BRB conta com um quadro de 3.280 empregados. Muitos dos funcionários do banco ganham mais do que prevê a lei.
O ex-presidente do BRB, Vasco Cunha Gonçalves, que foi para a cadeia por crime de corrupção, tinha um salário de R$ 45 mil.
O ex-presidente que deixou o Banco de Brasilia no início desse ano, para dirigir um banco estatal do Espirito Santo, foi preso pela Operação Circus Maximus, da Polícia Federal.
A operação ainda apura um suposto esquema de propina e má gestão de investimentos do BRB em fundos de pensão. O banco administra vários fundos, abastecidos com dinheiro de servidores estaduais e municipais de outras unidades da Federação. O rombo, apenas neste caso, foi de mais de 40 milhões de reais.
A mamata somada a um histórico nada republicano, que vêm abalando a imagem da instituição bancária nos últimos dez anos, está fazendo com que o governador Ibaneis Rocha não descarte a privatização do BRB.
A maioria dos funcionários que não tem o privilégio dos altos salários estão desesperados e fazem movimento interno e silenciosa contra a atual diretoria.
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