Os meses de novembro e dezembro os contracheques dos auxiliares e técnicos de enfermagem apareceram pela metade devido o corte dos dias faltados durante a greve ilegal julgada pela justiça. No entanto, segundo denúncia enviada ao Radar, dirigentes do Sindate, teriam feito hora extra, mesmo em greve, e não tiveram um dia sequer descontado em seus contracheques
esmo fazendo a promessa de se reunir nesta tarde de quarta-feira (21), com o GDF para tentar cancelar os descontos realizados na folha de pagamento dos servidores, por causa de uma greve reconhecida pela Justiça como ilegal, no entanto, a iniciativa dos dirigentes do Sindate (Sindicato dos Enfermeiros e Técnicos de Enfermagem) não diminui a revolta dos seus três mil filiados que se dizem traídos pelos diretores da entidade sindical.
Uma cópia de um contracheque pertencente a uma diretora do Sindate foi espalhado nos grupos de whatsapp e nas redes sociais que reúnem servidores da saúde. O contracheque é a prova reveladora, segundo os denunciantes, de que diretores do sindicato foram privilegiados e se deram bem, entrando na escala de trabalho, faturando com as horas extras e não sofreram com o corte do ponto pelos dias faltados. Os dirigentes são acusados de ganhar sem trabalhar.
O mesmo não ocorreu com a grande massa de trabalhadores que foi às ruas e cruzou os braços atendendo a convocação dos sindicalistas João Cardoso e Jorge Vianna, presidente e vice-presidente respectivamente do Sindate.
“Isso é uma sacanagem… uma pilantragem que irei denunciar na ouvidoria do Ministério do Trabalho, bem como no meio da categoria”, disse ao Radar uma auxiliar de enfermagem que pediu sigilo na sua identificação temendo por perseguições.
Ela disse que nunca mais participará de greves. “Enquanto a gente se lasca, a diretoria posa de valente e lasca a gente. Quando recebi a cópia dessa escala e esse contracheque eu não acreditei que enquanto a gente tava botando a cara à tapa, diretores faziam hora extra e sem trabalhar”, afirmou.
A servidora lamenta ter recebido o contracheque no mês passado com um desconto de R$ 450 reais e a dose vai se repetir de forma bem pior. “Mas, os protegidos da diretoria estão de boa. Isso não vai ficar assim. Vou me desfilar desse sindicato vendido e denunciar todos os picaretas que tem lá. São uns covardes, traíras e piores que o governador”, disse.
O Radar procurou o Sindate por meio de sua assessoria de comunicação, no entanto não respondeu aos questionamentos sobre a denúncia.
Consultado por Radar, a Casa Civil do Governo do Distrito Federal descartou a possibilidade de perdoar os descontos nos contracheques dos servidores faltosos, alegando cumprir uma determinação do Supremo Tribunal Federal.
Em decisão proferida em outubro o STF considerou legítima a possibilidade de órgãos públicos cortarem o salário de servidores em greve desde o início da paralisação. No entanto, os ministros abriram a possibilidade de haver a reposição do pagamento se houver acordo para compensação das horas paradas.
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