Por Toni Duarte
Stress, medo, nervosismo e sentimento de repulsa são ingredientes que não faltam atualmente nas vidas dos quase 2.000 condôminos proprietários do condomínio Estância Quintas da Alvorada.
Essa carga que afeta a saúde de todos esses cidadãos aumenta todas as vezes que são surpreendidos com as operações violentas promovidas pelo GDF que tenta a todo custo derrubar sem nenhum aparo da lei, moradias dentro o parcelamento que já existe há mais de20 anos.
Hoje pela manhã, uma corrente humana formada na porta do condomínio por moradores e por lideranças políticas da comunidade do Jardim Botânico e do Tororó fez com o pessoal da SEOPS e da AGEFIS recuasse da ação truculenta.
Por Toni Duarte
Stress, medo, nervosismo e sentimento de repulsa são ingredientes que não faltam atualmente nas vidas dos quase 2.000 condôminos proprietários do condomínio Estância Quintas da Alvorada.
Essa carga que afeta a saúde de todos esses cidadãos aumenta todas as vezes que são surpreendidos com as operações violentas promovidas pelo GDF que tenta a todo custo derrubar sem nenhum aparo da lei, moradias dentro o parcelamento que já existe há mais de20 anos .
Hoje pela manhã, uma corrente humana formada na porta do condomínio por moradores e por lideranças políticas da comunidade do Jardim Botânico e do Tororó fez com o pessoal da SEOPS e da AGEFIS recuasse da ação truculenta.
A ordem para a operação de derrubada de hoje, segundo chegou ao conhecimento da comunidade, foi dada pessoalmente pelo próprio governador Agnelo Queiroz, ao seguir os aconselhamentos do chefe da Casa Militar, Coronel Rogério Leão.
Há três semanas que a “Operação Leão de Chácara”, codinome dada pelo secretário da SEOPS, coronel Nelson Müller da Silva Cunha, para as operações de demolições voltadas para os condomínios, vinha sendo montada para ser deflagrada contra os parcelamentos da região do Jardim Botânico e do Setor Habitacional São Bartolomeu.
No dia 07/05, os órgãos repressores do GDF tentaram coloca em pratica, a operação de derrubadas de casas no codomínio Estância Quintas da Alvorada, mas foram demovidos a desmontar o aparato, diante de um forte ato de protesto feito pelos moradores contra o governador Agnelo Queiroz (relembre aqui). De janeiro para cá, já foram mais de seis investidas contra o Estância e outros condomínios da região. A última derrubada, ocorreu no dia 13/05 (relembre aqui).
Na última segunda-feira 12/05, diante da péssima leitura apontada pelas pesquisas de opinião que revelam uma rejeição altíssima do governador e apontam ainda, que mais de 50% da população do DF, reconhece o governo dele como péssimo, entre todos os governadores brasileiros, Agnelo Queiroz chegou a pedir aos seus auxiliares mais ponderação e que evitassem as medidas anti- populares (relembre aqui).
Mas no final da semana passada, foi o próprio chefe da Casa Militar, Coronel Rogério Leão, que encheu os ouvidos do governador afirmando que as derrubadas dos condomínios eram necessárias, já que existe uma recomendação do Ministério Publico. Disse ainda, que os moradores de condomínios não iriam votar em sua reeleição. Bastou esse conselho, para que o governador autorizasse a operação de hoje, a começar pelo condomínio Estância Quinta da Alvorada.
Ontem, os moradores realizaram uma grande assembleia geral para debater uma pauta e aprovar ações que visem defender o direito a moradia. Durante a reunião as lideranças pediram que os moradores ficassem atentos pois a operação de derrubadas de casas poderia ocorrer nesta segunda-feira. Muitos moradores não dormiram direito e não saíram para os seus trabalhos.
Às oito horas, o comboio de Agnelo Queiroz já estava de prontidão pronto para atacar os moradores do Estância Quintas da Alvorada. O advogado Calos Alberto Araujo de Sousa, ligado a Comissão dos Direitos Humanos da OAB-DF, foi um dos primeiro a chegar. Ele negociou com o chefe da operação que não tinha nenhum documento oficial do que realmente eles iriam fazer dentro do condomínio. “O senhor sabe que irá agir fora da lei e que pode responder judicialmente por isso”, avisou o representante da OAB.
De mãos dadas uns aos outros, os moradores fizeram um cordão de isolamento na entrada do condomínio. O ex-administrador do Lago Sul e representante da Associação dos Moradores do São Bartolomeu, Wander Azevedo, também chegou a tempo ao local para dialogar com o os representantes do GDF.
Wander classificou essas operações contra os condomínios como algo pernicioso à saúde dos moradores que vivem momento de stress e de muito medo. “Eu, por exemplo, estou desde as 4 horas da manhã acordado, já que tinha a certeza de que o GDF faria derrubas nesta segunda-feira. É uma situação terrível e desgastante, para quem mora em condomínios”, apontou.
Ele afirmou ainda que a presença da OAB e o empenho que a instituição vem fazendo na defesa do direito à moradia, é de grande importância por ser uma prova de que os moradores não estão sozinhos nesta causa pela legalização jurídica de suas moradias.
A deputada Eliana Pedrosa (PSB) também presente ao local, disse que o GDF está tentando fazer os moradores de condomínios de “bode expiatório” acusando-os de atos de grilagem, quando os verdadeiros grileiros, estão em áreas nobres de Brasília que o GDF prefere não ver. É o caso do Pontão e da invasão da Orla do Paranoá que apesar de ter decisões judiciais para fazer a desocupação, porém o governo é leniente e cruza os braços”, disse a deputada.
Eliana Pedrosa afirmou que tudo que os moradores de condomínios desejam é que o GDF cumpra a lei e que dê a segurança jurídica aos parcelamentos em processo de regularização. “Essa iniciativa seria bem melhor do que a de implantar o terror, o medo as milhares de famílias até hoje desassistida de seus direitos”, disse a parlamentar.