Os depoimentos descarados da sorridente quadrilha de executivos da Odebrecht, no âmbito da operação Lava Jato, os quais apontaram os nomes de políticos de Brasília que receberam propinas pela construção do Estádio Mané Garrincha; do Centro Administrativo de Taguatinga de do residencial Jardins Mangueiral, serviram para aceder a luz da desconfiança contra o projeto “Orla Livre” que tem o condão de beneficiar a Natura, empresa que irrigou a campanha eleitoral de Rodrigo Rollemberg em 2014
audiência pública que está marcada para esta segunda-feira (17) a partir das 19 horas, no auditório da Câmara Legislativa do Distrito Federal será marcada por uma massiva participação popular. Os moradores da Orla do Paranoá querem saber quais os reais interesses do governador Rodrigo Rollemberg ou quanto está levando para criar no local um polo gastronômico no pedaço mais caro do Lago Sul, no trecho compreendido entre a QL-8 e a QL-12 (Península dos Ministros) que será administrado pela multinacional de cosmético Natura.
Para a maioria dos moradores da Orla do Paranoá, por trás do discurso meloso de Rollemberg que diz ter a consciência de que “mudar o lago é mudar Brasília; democratizar o lago é democratizar Brasília e ter um lago vivo é sinal de ter uma Brasília viva”, pode estar um esquema de corrupção e de bandalheiras nos mesmo modus operandi usados por grandes empresas da construção civil nestes últimos 30 anos.
O Plano Orla Livre contou com a consultoria do Instituto Semeia, uma organização não-governamental (ONG), voltada para a criação e a promoção de parcerias entre os setores público e privado para a conservação e o desenvolvimento de áreas protegidas e seus entornos.
A Ong é o principal braço de sustentação da Natura. A multinacional brasileira de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos é de propriedade do empresário bilionário Guilherme Leal que irrigou a campanha de Rodrigo Rollemberg. Guilherme Leal com quase meio milhão de reais em 2014.
Agora é a hora de irrigar a indústria verde. O futuro complexo gastronômico da Península dos Ministros, onde cada metro quadrado vale (segundo consultorias imobiliárias) cerca de R$ 12 mil, pobre com isoporzinho e farofa de ovo não vai entrar. O espaço será mais sofisticado e mais caro do que o Pontão administrado por uma empresa privada.
Para preparar o terreno, Rollemberg mandou devastar cerca de 6,5 quilômetros da orla do Paranoá construído um pavimento asfáltico para o grupo Natura. Em uma decisão judicial, proferida pela Vara do Meio Ambiente, a obra foi embargada por agressão ao meio ambiente. A estrada medindo quatro metros de largura está a menos de 1 metro da beira do Lago e fica em um trecho de APP (área de preservação permanente). Mas o governo recorreu e a obra continua.
Há evidências de sobras que revelam que a obra feita pela Novacap se trata de uma rua de serviço, onde, futuramente, os caminhões de entrega de gêneros irão trafegar para abastecer os bares e restaurantes sofisticados que Rollemberg pretende instalar na APP do lago em parceria com a Natura.
“A desocupação da orla, sob o pretexto de democratização do Lago, nada mais é, senão, um projeto eleitoreiro, irresponsável e oportunista” afirma o advogado Everardo Ribeiro nas redes sociais ao conclamar os moradores para ocuparem o auditório da Câmara Legislava na audiência pública desta segunda-feira.
Ela afirma que os onze parques da orla estão abandonados, sucateados e ao “deus dará” pelo Poder Público. “Ora, por que não dar a esses parques uma conservação e manutenção em prol de todos, possibilitando a efetiva democratização da orla? Ademais, optar pura e simplesmente pela desocupação do Lago (projeto eleitoreiro e enganador) é desfigurar a Capital do Brasil na sua beleza, como tal admirada não apenas pelos brasilienses, mas por todos os turistas que por aqui passam”, sustenta.
A audiência pública terá início a partir das 19 horas desta segunda-feira no auditório da Câmara Legislativa. O evento foi requerido pelos deputados Joe Valle e Cristiano Araújo.
Você precisa fazer login para comentar.