“O desmantelamento do sistema de saúde do DF é proposital e segue a mesma prática imposta por governantes que optaram pela desastrosa entrega do sistema de saúde às Organizações Sociais de Saúde que, hoje, estão tomando o lugar do Estado e gerindo o serviço público”.
opinião a cima é do médico e presidente do SindMédicos, Gutemberg Fialho, após receber a notícia de que os telefones da Secretaria de Saúde do Distrito Federal amanheceram cortados por falta de pagamentos e que os leitos da unidade de tratamento intensivo ( UTIs) do Hospital de Santa Maria e nas UPAS (Unidade de Pronto Atendimento) estão desativados pelo mesmo motivo.
“Ontem, o HMIB (Hospital Regional da Asa Sul) estava um caos. Não havia médico e ninguém conseguiu internar pacientes nas UTIs. De forma proposital o governo está deixando de pagar as principais gratificações dos salários dos profissionais. Se promove o caos para obter uma saída milagrosa, propícia para entregar a saúde as Organizações Sociais de Saúde”, disse ele ao Radar nesta sexta-feira (12).
O doutor Gutemberg Fialho disse que quem trabalha e paga impostos está a fazer a sua parte, mas o Governo não está. O descaso com a saúde, fato que atinge a vida do povo do Distrito Federal, nunca foi tão perverso como neste 1 ano e oito meses do governo Rollemberg, segundo ele.
“As pessoas estão morrendo nas portas dos hospitais e o governo parece se deleitar com isso. O que se percebe que há uma ação deliberada para destruir o nosso sistema de saúde. Percebe-se ainda que o governador está tendo uma atitude compulsiva para impor o perverso processo de transferência do poder público para a administração do setor privado, apesar de os indícios demonstrarem de que essa política privatista não funcionou em lugar nenhum e que a médio e longo prazo irá se tornar um desastre. Mesmo assim, ele insiste”, disse o médico.
Gutemberg classificou de “delírio do governo de Brasília” pregar que possui o apoio da maioria dos 24 deputados da Câmara Legislativa para aprovar a proposta que visa privatizar o sistema de saúde.
A Câmara, segundo ele, tem dado uma demonstração de independência e que não concorda com essa prática de política de saúde do governo Rollemberg. “Além do mais, os deputados distritais, em sua maioria, têm atendido aos apelos dos servidores que não concordam com esse nefasto projeto de entregar o sistema de saúde a organizações sociais”, apontou.
O médico acredita que a Câmara não irá se curvar às chantagens e tentativas de cooptação do governo. “Mas, se isso que o governo prega se concretizar, a Câmara Legislativa estará se posicionando na contramão da historia e do que pensa a sociedade. Ela será julgada como conivente com a política da cooptação, dos afagos e do toma lá da cá”, afirmou.
Da Redação Radar