O ex-deputado distrital Alírio Neto e ex-candidato a vice na chapa de Eliana Pedrosa (Pros), que disputou a eleição para o Buriti em 2018, não poderá chamar de “seu” o Detran-DF, para onde foi nomeado como diretor-geral na quinta-feira passada pelo governador Ibaneis Rocha. Antes da exoneração de Fabrício Moura, quem mandava no pedaço era o vice-governador Paco Brito, dono do Avante
Por Toni Duarte//RADAR-DF
Estopim de escândalos que constantemente obriga a polícia e o Ministério Público a entrarem em ação, para derrubar esquemas nada republicanos, o Detran DF é um órgão disputadíssimo a cada governo.
No governo Rollemberg, o feudo das “fábricas de multas” pertenceu a então deputada distrital e hoje deputada federal Celina Leão (PP), antes de virar opositora do governador socialista.
Durante os quatro anos de Rollemberg, o Detran mudou de diretor por duas vezes com registro de rolos investigados pela polícia.
No governo Ibaneis, apesar de negar, Fabrício Moura, funcionário de carreira que foi exonerado na última quinta-feira, teria ocupado o posto máximo do órgão por uma indicação do vice-governador Paco Brito, dono do partido Avante.
Fabrício deixou o cargo diante de pressões feitas pelo MPDFT.
Agora o Detran-DF está sob o comando de Alírio Neto, ex-distrital, ex-presidente do PTB-DF e que foi parceiro de chapa de Eliana Pedrosa que disputou o Buriti na eleição passada.
Embora tenha sido convidado diretamente pelo governador Ibaneis Rocha, o novo diretor geral do Detran-DF já entra no órgão sem poderes para promover grandes licitações, por exemplo, como a que está em curso e que visa dotar o sistema com melhores tecnologias de trânsito na cidade.
Em abril de 2018, Alírio Neto foi condenado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), após ter sido acusado por uma ação movida pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) quando era o presidente da Câmara Legislativa do Distrito Federal.
Ele terá que devolver uma bolada aos cofres públicos. Alírio ainda torce pela sua absolvição.
Até lá, o novo diretor geral do Detran-DF será uma figura tipo “rainha da Inglaterra, reina mais não manda”, segundo confidenciou ao Radar uma fonte do governo, entronizada no Palácio do Buriti.
Com um relatório nas mãos, que aponta um histórico não muito bom sobre o Detran, o governador achou por bem tirar os processos licitatórios do órgão de fiscalização do trânsito e colocar sob a batuta da Secretaria de Segurança Pública.
“Assim fica mais seguro e transparente”, disse o precavido governador a jornalistas na quinta-feira passada.
Apesar do histórico de bandalheiras que já provocou a queda de muitos dos seus diretores no passado e levou alguns para a prisão, o Departamento de Trânsito do Distrito Federal se mostra uma eficiente máquina de fazer dinheiro.
Em 2017 arrecadou 15,5% a mais do que em 2016 – o equivalente a R$ 474,3 milhões. Em 2018 a receita quadruplicou, conforme o Portal Transferência.