O ASSUNTO É

A FORÇA DO POVO: SOB PRESSÃO, ROLLEMBERG PROMETE A DEPUTADOS A SUSPENSÃO DAS DERRUBADAS DE CASAS POR 30 DIAS

Publicado em

DEPUTADOS DISTRITAISA decisão do governador de Brasília foi anunciada após uma negociação feita por uma comissão de deputados distritais ocorrida no Buriti. As derrubadas foram suspensas por um prazo de 30 dias. Neste período, a Câmara Legislativa e o Executivo irão construir um caminho para a efetiva regularização dos condomínios por meio da venda direta, pela manutenção de muros e portarias e pelas observações as leis. Ficou também estabelecido que ninguém possa construir durante esse período, principalmente dentro dos condomínios, sob pena da quebra do acordo.

                                                                 

LETRA Ogovernador Rodrigo Rollemberg que havia determinado uma agenda de derrubadas de casas que se estenderia até o dia 29 deste mês de nominada como “agenda do terror” voltou atrás por pressão feita por uma comissão de deputados distritais durante uma reunião ocorrida nesta terça-feira (08), no palácio do Buriti. Os deputados distritais Ricardo Vale (PT), Telma Rufino, Bispo Renato (PR) e o líder do governo Júlio César pediram que fossem encerradas as operações de derrubadas feitas pela Agefis e que o governo e a CLDF se empenhassem na busca de uma solução para a regularização efetiva dos condomínios.

Ao governador, foi transmitido o sentimento de revolta de centenas de famílias que se sentem ameaçadas de perderem suas casas, sem a menor chance de defesa, sob a justificativa de que foram construídas no período de julho do ano passado ate então em cima de áreas publicas.

As construções irregulares foram permitidas pelo GDF durante o período eleitoral no ano passado. Entre os beneficiários, está o próprio governador que realizou inúmeras “rodas de conversas” prometendo regularizar as supostas invasões como ocorreu no Sol Nascente. Diante de tanta enganação e pela forma arbitrária que vem sendo cometido pela Agefis com as suas operações que invade domicílios, prende seus moradores e derruba as casas ocupadas sem nenhuma notificação, levaram as lideranças comunitárias representativas dos condomínios a reagirem, exigindo uma tomada de posição da Câmara Legislativa.

A decisão dos distraiais de procurar Rodrigo Rollemberg para debater diretamente com ele uma saída para a questão da regularização fundiária do DF se deu por causa da reação popular ocorrida nesta segunda-feira na Câmara Legislativa, durante a audiência publica que contou com a participação da presidente da Agefis, Bruna Pinheiro. A mobilização popular lotou o plenário da Casa e durante três horas de debates inflamados os deputados chegaram à conclusão que estava na hora de agir.

Durante os debates Bruna Pinheiro resolveu entornar o caldo ao dizer que apesar de não ser a sua prioridade neste momento, mas que casas de dois, cinco, dez e 20 anos seriam também demolidas. A presidente da Agefis foi intransigente ao não aceitava nenhum acordo para parar com as demolições. “Tudo está sendo feito dentro das regras do jogo, aprovada por esta Casa, a não ser que esta Casa mude a lei”, disse ao repassar a responsabilidade a Câmara Legislativa. A forma intransigente da presidente da Agefis levou os deputados a tomar posições diretamente ao governador.

CHEGA DE CONVERSA FIADA

Cerca de 1 milhão e 200 mil pessoas moram em condomínios irregulares por todo o Distrito Federal. A maioria desses parcelamentos espera há mais de 30 anos pela regularização fundiária que nunca sai. Vontade política para isso não existe até hoje. Brasília se formou sob o manto da invasão e da grilagem há exatos 55 anos atrás, legado deixado por Juscelino Kubitschek ao dar o calote nos proprietários em parte das terras desapropriadas do quadrilátero do DF.

A metade do DF vive na ilegalidade fundiária que sempre foi muito bom para os políticos que faturam com votos prometendo a segurança jurídica das moradias e de quebra se abastecem com dinheiro da grilagem a cada ano eleitoral. Não foi diferente com Rodrigo Rollemberg durante a sua campanha no ano passado. Em suas “rodas de conversas” ele prometeu regularizar condomínios em processo e regularização e até invasões construídas em cima de áreas públicas, tudo em troca do voto. Foi assim.

Apesar da campanha midiática de combate a grilagem do governo socialista, não se ver, até agora, um único grileiro entre as grades. Rollemberg sabe exatamente quem são os tubarões da grilagem do DF. Em 1995, ele foi relator da “CPI da Grilagem” e hoje tem uma completa radiografia quem são os verdadeiros grileiros que venderam áreas públicas com a complacência do Estado a cidadãos que compraram lotes de boa-fé.

Grande parte dessa gente financiou partidos políticos, candidaturas de governador, senador da Republica, deputados federais e distritais e, alguns deles, se tornaram coleguinhas de parlamentos ou usuários do Buriti.

Rollemberg conhece muito bem os métodos utilizados pelas organizações criminosas que fizeram fortuna no comércio clandestino de terras no DF. E não são aqueles “bagrinhos pé de chinelo” que a polícia do seu governo andou flagrando e prendendo no começo do ano vendendo aos trouxas fajutas cessões de direito.

O atual governante sabe que a máfia que opera no mapa fundiário na capital da República possui pernas longas dentro dos cartórios de registro de imóveis de Brasília e do Entorno e é capazes de falsificar escrituras públicas da década de 20 com caneta bic, como foi o nebuloso caso da fazenda Brejo ou Torto pertencente a Joaquim Marcelino de Sousa, eleito como o maior e bilionário grilo de toda a historia do DF.

Ao invés de regularizar os condomínios como prometeu, o governador Rodrigo Rollemberg prefere ser seletivo ao escolher as famílias que podem ou não perderem as suas casas para os tratores da Agefis, com direito a humilhações públicas pela TV. Bruna Pinheiro, presidente da Agefis trata as famílias como bandidas a exemplo do que ocorreu no massacre da Chácara 200 de Vicente Pires e contra as pobres famílias do Sol Nascente. Nos condomínios consolidados e em processo de regularização, como o Bougainville, famílias foram sacadas de dentro de suas moradas sob a fumaça venenosa das bombas de gás lacrimogêneo. Rollemberg acha que o Estado é ele.

Da Redação Radar

Siga o perfil do Radar DF no Instagram
Receba notícias do Radar DF no seu  WhatsApp e fique por dentro de tudo! Entrar no grupo

Siga ainda o #RadarDF no Twitter

Receba as notícias de seu interese no WhatsApp.

Leia também

Veja como declarar renda fixa e financiamento no IR 2025

Sobre o IR 2025, para fazer a declaração de investimentos em fundos de renda fixa e conta poupança, o contribuinte deve usar os informes...

Mais Radar

Veja os pontos de atendimento itinerante para questões de energia elétrica

Conforme cronograma de demanda e sem hora marcada, a cada semana,...

Dia das Mães: 62% dos brasilienses vão gastar até R$ 300, diz pesquisa

O Dia das Mães segue como uma das datas mais importantes...

Brasília sediará edição nacional da Campus Party pela primeira vez

No mês de junho, Brasília sedia mais uma edição da Campus...

Contribuintes sorteados no Nota Legal ainda têm valores a receber

Contribuintes donos de 3.694 bilhetes premiados ainda não indicaram suas contas...

GDF inicia Campanha do Agasalho Solidário

A 6ª edição da Campanha do Agasalho Solidário foi lançada pelo...

Últimas do Radar

Receba as notícias de seu interese no WhatsApp.