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Paralisação do “Minha Casa Minha Vida” quebra empresários e arrebenta com as cidades do Entorno

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Os mais de 500 pequenos construtores das cidades do Entorno de Brasília, que dependem do programa Minha Casa Minha Vida, do governo federal, entraram em desespero diante da quebradeira do setor. Municípios como Águas Lindas, Valparaíso, Cidade Ocidental e Luziânia são os mais afetados com o desemprego em massa na área da construção civil e queda de receita das prefeituras

Por Toni Duarte//RADAR-DF

Criado em 2009 o programa Minha Casa Minha Vida chega em 2019 já sem forças para continuar oferecendo acesso as famílias de baixa renda à casa própria.

Enquanto na maioria dos estados é sentida uma desaceleração do programa, desde o início do governo Bolsonaro, no estado de Goiás, o Minha Casa Minha Vida está paralisado totalmente, embora a Caixa Econômica insista em informar que tudo está “normal”.

Os mais de 500 pequenos empresários da região do Entorno de Brasília, que nos últimos dez anos construíram e entregaram mais de 120 mil unidades residenciais em cidades como; Águas Lindas, Valparaíso, Luziânia, Santo Antonio do Descoberto e Cidade Ocidental, vivem o processo de quebradeira geral.

De outubro do ano passado para cá, ninguém consegue entregar as mais de 20 mil unidades construídas na região. Só em Águas Lindas existem 1.500 moradias fechadas.

“A situação é de pânico”, disse ao Radar-DF, o pequeno empreendedor Edgar Santos que construiu 78 unidades que foram se acumulando nos últimos dois anos. “Tudo está parado. Vou ter que demitir 50 pessoas”, disse.

A situação de desespero dos construtores atinge, engenheiros, arquitetos, corretores correspondentes, pedreiros, pintores e serventes. A crise na cadeia produtiva da casa própria também atinge os municípios pelo impacto na redução de suas receitas.

O secretário de Habitação Giovani Machado disse ao Radar que nos últimos 20 anos Águas Lindas foi a cidade que mais cresceu na região do Entorno.

O primeiro boom dos loteamentos, ocorreu na década de 90, quando as pessoas não tinham a opção de compra de imóveis em Brasília e migravam para Águas Lindas e outras cidades do Entorno.

O segundo boom de crescimento foi por meio do programa Minha Casa Minha Vida, programa do governo federal criado em 2009. Foram construídos mais de 20 mil imóveis na cidade.

“Além do programa trazer para a cidade pessoas com renda formal, o programa também mudou a cara da cidade. Com isso veio o aumento na arrecadação do município com os pagamentos dos impostos como IPTU e ITBI, uma fonte importante de arrecadação do município”, destaca o secretário municipal.

Giovane Machado explicou que essa arrecadação já está incorporada na receita dos municípios da região.

Para ele a indústria de Águas Lindas é a construção civil.

“É o que gera emprego e renda para a população e ajuda o município a se desenvolver. A paralisação do programa está gerando um problema social  enorme na nossa cidade”, apontou.

E tem razão o secretário de habitação. O desemprego está em alta na cidade e junto o aumento da violência.

O efeito cascata  atinge a todos, inclusive a própria Caixa Econômica, financiadora do programa Minha Casa Minha Vida.

A cidade do Entorno carrega um contingente de desempregados da construção civil, também beneficiários do programa, que acabam com isso não tendo como pagar a casa própria.

O Radar-DF apurou que as prefeituras e os construtores da região estão dispostos a buscar uma solução para sair da crise.

“O que não pode é parar o programa para punir os municípios do Entorno e a sua população que precisa de moradia. Isso está arrebentando a nossa cidade”, pontuou Giovane Machado.

Izalci vai à luta pelos municípios do Entorno

Procurado pelo Radar-DF, o senador Izalci Lucas disse que conhece o problema enfrentado pelas prefeituras e pelos pequenos construtores.

Ele irá pedir uma audiência na Caixa Econômica ainda esta semana e quer levar com ele uma comissão de empresários do setor.

Izalci disse que a paralisação do programa Minha Casa Minha Vida, nas cidades do Entorno, prejudica os pequenos empreendedores que colocaram recursos próprios para construir as moradias na esperança de entregar os imóveis via financiamento do governo federal.

“Vamos buscar uma solução para isso”, garantiu o senador brasiliense.

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