Nos últimos dez anos, os comerciantes e empresários estabelecidos no Setor Comercial Sul vem perdendo espaço para a cracolândia que turbina a receita do tráfico e alimenta a degradação humana. A situação piorou neste período de pandemia do novo coronavírus.
Abatidos pelo baque na economia, em que tiveram que dispensar funcionários durante a pandemia, agora, os empresários do Setor Comercial Sul, se sentem cada vez mais impotentes diante de um cenário promíscuo que cresce e toma conta de suas portas.
Ongs e setores retrógrados da política, que pululam o local, apoiam o ambiente de terra arrasada.
No coração do mais antigo setor comercial da capital federal, o tráfico se fortalece intocável com venda de pedras de crack, droga produzida a partir da mistura da pasta-base da cocaína.
Seu poder de dependência é alto e as transformações físicas e psicológicas causadas pelo uso da droga são igualmente violentas.
A situação se tornou insustentável para quem produz e gera empregos no centro de Brasília. A fuga da clientela é clara.
O comércio da região definhou com o coronavírus e seguem moribundo com a cracolândia.
Um transeunte desavisado ou algum turista em visita à majestosa galeria da arquitetura moderna de Oscar Niemeyer com painéis em azulejos de Athos Bulcão, se espantaria e se sentiria coagido, ante a estranha movimentação de noiados em meio ao frenético mercado do crack que funciona à luz do dia.
Enquanto a pandemia forçou, entre março a agosto do ano passado, o isolamento social dos brasileienses, centenas de moradores de situação de rua migraram de outros estados para a área central de Brasilia.
O SCS abriga em baixo de suas marquises mais de 350 pessoas, que se deslocam frequentemente pelas redondezas em busca de esmolas.
Nesse contexto, a Setor Comercial Sul sofre um processo de esvaziamento imobiliário e desidrata economicamente.
Prédios inteiros estão com lojas vazias, cujos proprietários não consegue ninguém que as alugue. Uma situação dramática que fere de morte o SCS e que o GDF precisa intervir.