Um homem relata ter vivido em condições semelhantes à escravidão, em uma fazenda em São Sebastião, no Distrito Federal.
Segundo Juarez Souza, ele e mais um colega eram expostos a uma estrutura precária e jornadas de trabalho extenuantes, sem pagamento.
“Eu fiquei desesperado. Fiquei um pouco na rua, aí eu fui para Planaltina, em busca de qualquer serviço”, diz Juarez.
Os dois homens foram abordados por um empregador, que ofereceu trabalho como cortadores de eucalipto da fazenda.
Eles contam ainda que chegavam a trabalhar 12 horas por dia, além de precisar dormir em um curral. Sobre o homem que ofereceu emprego para Juarez, ele relata que o rapaz “fez uma prosa muito bonita, uma pessoa muito elegante”.
No local, as vítimas passavam frio, não tinham banheiro nem água potável. Juarez conta que se sentiu como um escravo.
“Dormi dentro de um cocho de gado, muriçoca mordendo, morcego dentro do galpão, na beira de uma mata. Era aranha, escorpião. Enquanto ele estava dormindo em uma cama boa, nós estávamos sofrendo”.
O homem conta que decidiu fugir da fazenda porque não aguentava mais. Após caminhar por 5 horas, Juarez foi até à Superintendência Regional do Trabalho fazer uma denúncia.
Uma equipe de auditores fiscais do trabalho foi até a fazenda e resgatou o outro trabalhador que havia ficado no local.
Os donos da propriedade foram notificados e os trabalhadores receberam o salário e mais R$ 10 mil por danos coletivos.
Eles também vão receber três parcelas de seguro-desemprego especial para trabalhadores resgatados de situação análoga à escravidão.