O Ministério Público do Trabalho (MPT) propôs um acordo de reparação por trabalho escravo, no valor de R$ 165 milhões para a Volkswagen do Brasil, mas a montadora se recusou a aceitar.
Quatro procuradores do Trabalho e quatro advogados da empresa se reuniram na sede da Procuradoria Regional do Trabalho da 2ª Região na manhã de quarta-feira (29). A defesa da montadora é representada por Amália Costa, Mayra Pelegrino, Marcelo do Nascimento e Alexandre Cardoso.
Segundo as investigações, durante a Ditadura Militar, entre as décadas de 1970 e 1980, empregados da empresa viviam em uma fazenda de cerca de 140 mil hectares no Pará em situação degradante, sob violência e violação de direitos humanos.
No entanto, a Volkswagen nega as acusações de alojamentos em locais insalubres e falta de acesso à água potável ou alimentação. Além disso, a empresa é investigada por manter os trabalhadores da época sem tratamento médico em casos de malária.
O MPT disse que irá tomar as medidas judiciais e extrajudiciais necessárias para efetivar a reparação dos danos gerados pela empresa, após a Volkswagen dizer que não tem interesse em negociar.
O valor de R$ 165 milhões proposto a título de reparação seria destinado aos trabalhadores vitimados e à criação de um programa de levantamento histórico, identificação e busca de outros profissionais submetidos à mesma situação.