Uma denúncia que consta de um relatório realizado pelo Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente de Roraima (Cedcar), aponta que fazendeiros de Roraima estão cobrando até R$ 200 de “pedágio” para que os indígenas do povo yanomami, circulem por suas terras, que dão acesso à sede do município de Alto Alegre, na região oeste do estado.
“Em decorrência de toda essa questão do garimpo, eles precisam ir até a sede do município comprar alimentos. E a cobrança de forma ilegal e arbitrária de R$ 200 por cada grupo de indígenas que possa passar pela terra de fazendeiros. A gente repudia isso”, afirmou Paulo Thadeu, secretário-geral do Cedcar.
A informação também foi confirmada pelo líder indígena Júnior Yanomami. Segundo ele, o “pedágio” cobrado por fazendeiros pode chegar a R$ 300 por viagem.
“A gente depende disso para poder chegar em Alto Alegre”, afirmou.
O município faz fronteira com a Terra Indígena Yanomami (TIY) e é muito acessado, por via terrestre, pelos indígenas que vivem mais próximos.
Eles precisam ir até a cidade comprar comida, mantimentos, sacar benefícios sociais, como o Bolsa Família, buscar atendimento de saúde, entre outros serviços.
No entanto, nem todos os indígenas yanomami conseguem acesso por estradas. Maior Terra Indígena (TI) do país, a reserva yanomami é imensa e, em algumas localidades, só é possível chegar por via área.