Para evitar situações de violência ou até mesmo suicídio, um grupo na Bahia, na cidade de Lauro de Freitas, tem ajudado, há oito anos, homens traídos a lidarem com as consequências da infidelidade. A Associação dos Cornos de Lauro de Freitas, de forma descontraída, conversa sobre o tema com os associados e também desenvolve trabalhos sociais. Surgido depois de uma brincadeira, agora o grupo quer mostrar que traição é um assunto que merece atenção. As informações são do portal de notícias G1.
Reginaldo Sales de Oliveira, funcionário público e fundador da associação de cornos, conta que o grupo também atua no combate à violência contra a mulher.
“Tem muita mulher sendo agredida porque os homens acham que houve traição, ou até mesmo por ser corno. Nossa associação quer poder conversar com os homens para que isso não ocorra, as pessoas precisam aprender a tocar suas vidas independentemente do que tenha ocorrido no relacionamento”, disse.
Atual presidente da associação, Antônio Fernando, quando traído, quis cometer suicídio. A partir de então, Reginaldo percebeu a seriedade do assunto e passou a investir nos encontros e reuniões com homens traídos.
A partir desses encontros, Reginaldo conta que muitos dos homens mudam a forma negativa de ver a traição e levam o caso na “brincadeira”, sem dar muita importância ao que passou. Outras, não. Apesar de ser uma associação de “cornos”, outros homens e até mulheres podem participar das reuniões.
A Associação dos Cornos em Lauro de Freitas surgiu de uma brincadeira com um amigo integrante do grupo, que havia sido traído 13 vezes. “Ele [o amigo] morava em Ubatã, no sul da Bahia, com a mulher e descobriu que estava sendo traído. Nessa traição ele descobriu que tinha tomado 12 cornos. A irmã dele, com vergonha, mandou ele para Lauro de Freitas. Ele mandou dinheiro para trazer a mulher, e aqui ele levou mais um corno”, contou Reginaldo Sales, ao G1.
Após ficar sabendo do caso, Reginaldo reuniu os amigos para uma café da manhã e, assim, os trabalhos com a associação foram iniciados.
O fundador também comenta que o grupo realiza trabalho social. “Quem a gente oferece ajuda, a gente inclui nos serviços sociais. Entre nossas ações, a gente sai com café, pão e faz a distribuição gratuita em hospitais como Irmã Dulce e Aristides de Maltez [ambos em Salvador]”, finaliza.