AUMENTA A DESCONFIANÇA DOS SÍNDICOS DE CONDOMÍNIOS DA REGIÃO DE SOBRADINHO CONTRA A ÚNICA

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1ARMANDO1Armando Sobral Rollemberg (foto), síndico do Condomínio Vivendas Colorado II, da região de Sobradinho, critica a presidente da União dos Condomínios e Associações de Moradores do Distrito Federal (ÚNICA-DF), Junia Bittencourt por está sendo complacente aos interesses da empresa paulista Urbanizadora Paranoazinho S/A que tem como sócio majoritário a construtora JC Contijo.

                                                                     

LETRA AUPSA que adquiriu em 2007 a área da antiga Fazenda Paranoazinho quer cobrar novamente pelos lotes ocupados por 54 condomínios, entre eles o Vivendas Colorado II, onde Armando, irmão do governador Rodrigo Rollemberg, é o síndico.

Ele diz não entender, até hoje, como a ÚNICA que tem como presidente “ad eternum” Junia Bittencourt, e que diz representar os condomínios horizontais do Distrito Federal, permanece à margem de uma causa que é do interesse de milhares de pessoas que compraram seus lotes de boa fé e que estão sendo obrigadas a pagar novamente. Veja a carta-desabafo de Armando Rollemberg, publicada por ele em um grupo de whatsapp administrado pela ÚNICA.

 

   “last but not least”

*Por Armando Rollemberg

Junia desculpe a ingerência… Mas gostaria de fazer algumas ponderações sobre o processo de regularização da nossa região… Em primeiro lugar, acho que ela interessa igualmente a todos… A divergência está em como fazê-la… Claro está que todos haveremos de pagar algo para conseguirmos regularizar, devidamente, nossas casas e / ou terrenos. A questão se complica quando se discute o quanto e a quem… Por exemplo, você certamente não ignora que existe um grupo de síndicos da região do Grande Colorado, Contagem e Boa Vista que vem se articulando para resistir ao assédio da Urbanizadora Paranoazinho, por vários motivos, os quais alinho, resumidamente :

1/ somos proprietários de boa fé. Adquirimos nossos lotes, muitos há quase 30, outros há 20, 15 anos, de empresas constituídas, que funcionavam a luz do dia. Ou seja, não invadimos, nem grilamos nada.

2/ Já pagamos lá atrás pelo que consideramos nosso, além de virmos pagando, durante todos esses anos, IPTU, taxa de Lixo, etc., para não falar das benfeitorias, externas e internas aos nossos condomínios, que também foram bancadas com recursos próprios.

3/ muito tempo depois, em 2008, surge uma misteriosa empresa , a chamada Urbanizadora Paranoazinho , dizendo-se dona de toda essa área aonde estão localizados 54 Condominios da região, que passa a nos assediar – e mesmo a ameaçar- cobrando pela nossa posse, inclusive reivindicando nossas áreas comuns, em detrimento dos direitos adquiridos pelos condôminos , e em favor de seus exclusivos interesses.

4/ essa empresa se instala por aqui, diga-se de passagem numa área cujo um terço se encontrava há muito ocupada com milhares de construções , e, meio que na calada dos gabinetes, passa a desenvolver um projeto de urbanização aa revelia dos moradores.

5/ os moradores, muitos, centenas, provavelmente milhares, reagem reivindicando , na Justiça, o sagrado direito ao usucapião .

6/ Com o passar do tempo, nossa desconfiança em relação aa UP só aumentaram, por diversos motivos, a saber: a) descobrimos um documento registrado em cartório de SP , no qual os antigos herdeiros do espólio , reconheciam como fora da partilha uma terça parte da fazenda por já estar ocupada há muito tempo; b) que o tal do Tarcísio Marcio Alonso, herdeiro e inventariante, e sócio da UP, era a mesma pessoa sócia das empresas que haviam originalmente vendido, lá atrás, os nossos terrenos; c) que o JC Gontijo possui, efetivamente , 50 % da Urbanizadora; d) que do restante do capital da empresa participa um misterioso grupo com sede nas Ilhas Cayman;

7) também percebemos que sub-repticiamente há um plano da empresa para a derrubada dos muros e guaritas e a apropriação das nossas áreas. Passamos a estranhar – com razão- a intimidade, a facilidade e além da desmedida influência da empresa no âmbito do chamado GRUPAR;

8) Ía me esquecendo … Descobrimos, também, que a UP havia adquirido a gleba por R$ 4,5 reais o metro quadrado , ao tempo que pressionava para nos vender por muito mais (70,00 / 80,00 / ou mais de 100,00 o metro quadrado).

Para concluir: queremos a regularização, estamos dispostos a pagar o preço justo; não reconhecemos direito da UP sobre a nossa posse; o tempo e o processo de usucapião correm a nosso favor; a promiscuidade entre a UP e o GDF, neste novo governo, pode ser mais efetivamente combatida…

E “last but not least”, desculpe-me a franqueza, não entendo até hoje como a ÚNICA, durante esses anos, permaneceu à margem dessa luta, numa posição no mínimo complacente com a UP, ignorando, solenemente, a posição ( majoritária, diga-se) de milhares de moradores de nossa região … Aliás, antes tarde do que nunca, por que a Única não organiza um amplo debate sobre o tema? Por que a Única abandonou essa luta, omitindo-se, simplesmente ?

Pois hoje, a duras penas, já somos 21 síndicos dispostos a resistir ao assédio indevido da empresa, buscando nossos direitos na Justiça e cobrando do GDF uma posição de equilíbrio e equidistância face ao conflito. São essas considerações que, de forma respeitosa, achei ser de meu dever expressar neste grupo da ÚNICA.

*Armando Rollemberg é síndico do Vivendas Colorado II.

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