Quinta Turma do TRF1 mantém bloqueio do saldo de terras da Fazenda Brejo ou Torto

Publicado em

“Ainda há juízes em Berlim”. Foi dessa forma que o advogado Mario Gilberto Oliveira comemorou a decisão da 5ª Turma do TRF 1 que manteve, por unanimidade, nesta quarta-feira (09), a indisponibilidade do saldo de terras com 508 hectares da Fazenda Brejo ou Torto, na nobre Região Administrativa do Lago Norte, Distrito Federal. A área é particular.

Em uma sustentação oral, por transmissão remota, o advogado Mário Gilberto Oliveira (foto), conseguiu  convencer o colegiado da quinta turma do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, a manter o bloqueio do saldo de terras pertencente ao espólio de Joaquim Marcelino de Souza.

Antes, o  desembargador Federal Carlos Augusto Pires, presidente da Quinta Turma propôs adiar para o dia 16 de dezembro o julgamento do processo, mas foi alertado pelo desembargador Souza Prudente sobre a determinação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para que tivesse uma decisão final  na referida sessão.

A determinação do CNJ foi para atender a uma ação  feita pela empresa Atrium & Tao Empreendimentos Imobiliários LTDA que reclamava sobre a demora do julgamento do processo em que decidiria sobre a construção de um  bairro classe-média  com 100 mil residências, cujas obras seriam realizadas pela empresa. No entanto, tudo deu errado.

O caso julgado  pela 5ª Turma trata-se da fazenda Brejo ou Torto, terras pertencentes aos herdeiros de Joaquim Marcelino de Sousa, que foram obrigados a ingressarem nas cortes de justiça para provar o óbvio: que o saldo de terras com 104,991 alqueires, o que corresponde a 508,16 hectares sob a transcrição 34.31/livro 3 c, folhas 124,125 de 3 julho de 1937, trata-se de  área particular.

A sustentação oral feita pelo advogado Mario Gilberto, que defende o espólio na justiça, foi decisiva para que aos desembargadores da quinta turma mantivesse os 508,16 hectares bloqueados.

Saiba sobre a  expressão “Ainda há juízes em Berlim”.

Talvez você já tenha ouvido a expressão “ainda há juízes em Berlim” e não conheça a sua origem, que é o poema de François Andrieux, onde se narra a história em que Frederico II, rei da Prússia, decide construir para si e seus amigos um local de lazer e prazeres finos.

Mas, ao tentar ampliar seu castelo, viu que no terreno contíguo havia um moinho a atrapalhar suas pretensões, cujo proprietário era o chamado moleiro de Sans-souci, que vivia uma vida humilde da venda de sua farinha, sem preocupações (sans-souci significa “sem preocupação”).

Mesmo diante da insistência do rei em comprar-lhe o moinho, o moleiro se negava, alegando que ali fora onde seu pai morrera e onde criava os seus filhos. Não iria abrir mão de sua propriedade por qualquer quantia.

Irritado, disse então o monarca ao moleiro: “Você bem sabe que, mesmo que não me venda a terra, eu, como rei, poderia tomá-la sem nada lhe pagar”, no que o moleiro retrucou com a conhecida frase: “O senhor? Tomar-me o moinho? Só se não houvessem juízes em Berlim”.

Diante dessa afirmação, e do fato de que mesmo o rei deveria se curvar às leis, o moleiro e seu moinho foram deixados em paz e frustrada a pretensão do monarca.

A partir dessa historieta, a expressão “ainda há juízes em Berlim” tem sido usada como significado de resiliência, de resistência às pretensões injustas e da confiança de que Justiça será feita, mesmo contra  poderosos.

Siga o perfil do Radar DF no Instagram
Receba notícias do Radar DF no seu  WhatsApp e fique por dentro de tudo! Entrar no grupo

Siga ainda o #RadarDF no Twitter

Receba as notícias de seu interese no WhatsApp.

Leia também

Brasilienses e turistas aproveitam a sexta-feira santa no turismo

Famílias, turistas e moradores da capital aproveitaram o feriado prolongado para curtir os espaços ao ar livre da cidade. Centenas de pessoas escolheram a Sexta-feira...

Mais Radar

Condomínio RK contesta demolição e multa em ação judicial

Condomínio RK contesta demolição de 2.071 casas e multa de R$ 224 mi no TJDFT, destacando o TAC nº 002/2007, que prevê regularização e segue válido, não podendo ser ignorado por Justiça e MPDFT, além de obras que sanaram danos

Justiça do DF admite ação de usucapião para condomínio no Lago Sul

Justiça do DF reconhece usucapião especial do Condomínio Pousadas das Andorinhas. Decisão do juiz da Vara do Meio Ambiente, Carlos Frederico Maroja, pode abrir caminho para a regularização fundiária do parcelamento.

Decisão do TJDFT contra a USPA pode beneficiar 54 condomínios no DF

A decisão histórica do TJDFT pode beneficiar moradores de 54 condomínios no DF, garantindo posse definitiva dos lotes via usucapião. Caso expõe disputa fundiária e possível irregularidade na venda de terrenos pela Urbanizadora Paranoazinho SA

TJDF impõe derrota histórica à USPA em disputa fundiária em Sobradinho

TJDFT registra o direito de usucapião dos moradores do Condomínio Vivendas Alvorada, em Sobradinho II, e impõe derrota histórica à UPSA. Decisão reforça a segurança jurídica dos ocupantes e segue entendimento pacificado pelo STJ sobre núcleos urbanos informais.

Celina Leão entrega escritura de uso definitivo da Casa do Maranhão

A Casa do Maranhão recebeu das mãos da vice-governadora a escritura pública de concessão de uso do GDF. O espaço, com 5.880 m², será um ponto de cultura, lazer e acolhimento, reforçando seu papel na integração social e comunitária no DF.

Últimas do Radar

Receba as notícias de seu interese no WhatsApp.