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Ministério de Saúde declara emergência em saúde pública no país

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ACEFALIAO Ministério da Saúde decretou, na tarde desta quarta-feira, situação de emergência em saúde pública no Brasil. O anúncio acontece após a divulgação de número alarmante de casos de microcefalia no Estado de Pernambuco. São, atualmente, 141 casos suspeitos em recém-nascidos. O número é 15 vezes superior à média apresentada no período de 2010 a 2014: 9 casos por ano.

                                          

Em Pernambuco, 44 municípios possuem registros de casos suspeitos. Há ainda casos na Paraíba e no Rio Grande do Norte. Segundo o ministro da Saúde, Marcelo Castro, o governo irá monitorar e investigar junto a Secretaria de Saúde de Pernambuco, a Organização Mundial de Saúde e a Organização Pan-Americana da Saúde todas as hipóteses da causa do surto. Há riscos de que a situação de emergência tome dimensão internacional.

A microcefalia faz com que bebês nasçam com perímetro cefálico menor do que a média. O problema pode ser provocado por uma série de fatores, desde desnutrição da mãe, abuso de drogas até infecções durante a gestação, como rubéola, toxoplasmose, citomegalovírus. Foi ressaltado durante o pronunciamento do Ministério da Saúde que a microcefalia é uma doença complexa, que pode deixar sequelas graves e levar ao óbito.

Suspeita de zika

Uma das suspeitas da equipe que investiga o surto é a contaminação da mãe pelo zika. Transmitido pelo Aedes aegypti, o mesmo mosquito que provoca a dengue, o vírus causa uma reação que até agora era dada pouca importância nos adultos: febre baixa, coceiras, manchas vermelhas pelo corpo. A doença chegou ao Brasil neste ano e atingiu principalmente Estados do Nordeste.

O aumento de casos de bebês com microcefalia coincide com período em que gestantes poderiam ter tido contato com o vírus. No início do ano, Pernambuco enfrentou uma epidemia de dengue e zika vírus. Foram contabilizadas 113.328 infecções no Estado, cinco vezes mais do que havia ocorrido em 2014. “É ainda uma suspeita. Mas boa parte das mães apresentaram em comum justamente as manchas pelo corpo durante os primeiros meses de gestação”, contou o professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e colaborador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Carlos Brito.

Um especialista do Ministério da Saúde, presente na coletiva, informou ser “natural que em um ano que tivemos uma epidemia nova, tenhamos a tendência de associar as duas coisas. É uma coincidência temporal”.

De acordo com o ministro todas as hipóteses serão investigadas. Ele ressaltou que as gestantes devem realizar todo o pré-natal com cautela e que os gestores dos estados com casos suspeitos mantenham comunicação com o Governo Federal. “É importante ter atenção na avaliação da medida craniana”.

Investigação em Pernambuco

Há duas semanas, um grupo da Vigilância em Saúde está em Pernambuco para analisar as hipóteses. Mães e bebês estão sendo submetidos a exames, para identificar a presença de situações em comum que possam levar à origem do surto.

Uma das maiores dificuldades enfrentadas pelas equipes é o fato de não existir um exame específico para o zika. O teste realizado para confirmação dos casos tenta encontrar traços do DNA do vírus.

“O problema é que um eventual contato do bebê com o zika ocorreu ainda durante a gestação. O resultado negativo não necessariamente quer dizer que bebê e mãe não foram contaminados”, avaliou Brito.

No Rio Grande do Norte, até o início desta semana, haviam sido identificados 10 bebês nascidos com microcefalia. Há ainda outras 11 gestantes com bebês que já tiveram o diagnóstico da malformação.

“Das gestantes analisadas, 70% apresentaram relatos de manchas pelo corpo, coceiras durante os primeiros meses da gestação”, disse o pesquisador Cleber Luz, da Fiocruz, que também investiga o aumento significativo do número de casos de nascimentos de bebês com o problema. “É preciso deixar claro que outras hipóteses têm de ser avaliadas. Estamos sendo muito cautelosos, mas não podemos descartar nenhuma hipótese.”

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