Ao decidir falar sobre o racha que fragmenta o grupo governista no Maranhão, o ex-senador Roberto Rocha, pré-candidato ao Senado, resgata uma história longa e marcada por brigas subterrâneas.
Ele se recusa a enquadrar a disputa em moldes ideológicos, insistindo que o povo maranhense reconhece, com precisão, quem está de cada lado dessa rivalidade.
Rocha revisita 2014, quando Carlos Brandão levou o PSDB para a chapa de Flávio Dino, enquanto ele próprio aportou o PSB.
Foi essa soma, diz, que tornou possível a chegada de Dino ao governo.
Durante sete anos, porém, Brandão ocupou o porão do Palácio dos Leões, sempre à sombra, enquanto aguardava definições que nunca vinham.
“Sete anos no porão deixam marcas. Ele foi ferido. Deve está cheio de hematoma, né?Cicatrizes de guerra. Sertanejo não berra. É igual bode marcado, não berra, resume.
Segundo Roberto Rocha, mesmo como vice, Brandão atravessou reuniões infindáveis em busca de uma confirmação que só veio às vésperas da sucessão.
Para Rocha, a atual crise é a fatura atrasada desse período. “Quem com ferro fere, com ferro será ferido”, afirma, indicando que a dinâmica do poder finalmente se inverteu.
Roberto Rocha sustenta que não existe “candidato de Dino” nem “candidato de Brandão”, mas sim o candidato do governo, uma definição que acompanha a cadeira, e não a figura que a ocupa. “Quem senta na cadeira decide. Ponto.”
O ex-senador acredita que essa ruptura terá impacto direto sobre 2026, rearranjando alianças e forçando novas estratégias no tabuleiro político maranhense.



