Imagine perder R$ 1 milhão em gado numa única noite. Ou acordar com a fazenda invadida, animais mortos e drones inimigos sobrevoando sua terra.
Isso não é filme: é o dia a dia de milhares de produtores brasileiros, reféns do crescente crime organizado que age em silêncio e com tecnologia de guerra.
Enquanto o Brasil se orgulha de ser o celeiro do mundo, o campo sangra. Sequestros, extorsões, fraudes internas, multas milionárias por ESG: a segurança amadora virou sentença de morte para o patrimônio rural.
Gilmo França, 58 anos, é advogado e um dos principais especialistas em segurança pública e privada do Brasil.
Com sólida trajetória no Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal e na Polícia Federal, além de treinamento direto no FBI (Federal Bureau of Investigation), ele reúne experiência singular no enfrentamento de crimes complexos e ameaças à segurança nacional.
Atualmente, como CEO da 9Walls Security LTDA, startup nascida na incubadora INCIT/UNIFEI, em Itajubá (MG), lidera o desenvolvimento do sistema Guardião do Agronegócio, reconhecido pela Confederação Nacional da Agricultura (CNA) como uma inovação premiada durante evento no Hub/CNA, em Brasília.
A tecnologia transforma colaboradores comuns em gestores de segurança sênior em menos de 30 dias, protegendo propriedades rurais contra o crime organizado, fraudes, sequestros e passivos ambientais (ESG).
Nesta entrevista, exclusiva concedida ao Radar DF, na última sexta-feira (07), Gilmo França, explica como o método dos Nove Muros está revolucionando a proteção rural e convertendo a segurança em uma verdadeira vantagem competitiva para o agronegócio brasileiro.
O que motivou a criação da 9Walls Security?
Gilmo França: O agronegócio é a espinha dorsal da economia brasileira, mas enfrenta o crime organizado em silêncio. Longe das cidades, as fazendas sofrem com roubos, invasões e sabotagens por falta de profissionais especializados. Vi esse vácuo no Corpo de Bombeiros do DF, na Polícia Federal e no FBI, e fundei a 9Walls em Itajubá-MG, na INCIT da UNIFEI, para levar segurança profissional ao campo.
Quais os principais riscos que as fazendas enfrentam hoje?
Gilmo França: O crime avança com drones para mapear rotas de gado e propriedades. Os riscos são: ataques, sequestros, extorsões, matança de animais, fraudes internas e externas, além de multas pesadas por falta de compliance ESG trabalhista e ambiental. A segurança amadora causa perdas graves.
Como funciona o sistema Guardião do Agronegócio?
Gilmo França: É simples como tudo que presta. O produtor contrata, mantém o controle total e recebe o software, meios e treinamento em até 30 dias. Qualquer funcionário que saiba ler e usar celular vira gestor de segurança sênior. Ele executa tarefas diárias, confirma no app e atualiza o dono em tempo real com visão 360°.
Qual o segredo da metodologia dos Nove Muros?
Gilmo França: Atuamos de dentro para fora: resolvemos o miolo antes das bordas. Após curso de 20 dias, o sistema vira big data exclusivo do produtor. Tarefas cobrem todos os setores, capacitando a equipe interna e irradiando conhecimento. É um ciclo contínuo.
O que o Guardião protege na prática?
Gilmo França: Combate ao crime organizado com inteligência preventiva; garante compliance ESG e sustentabilidade, como descarte correto de resíduos; gerencia pessoal, previne acidentes e treina equipes. Elimina dependência de especialistas caros.
Quais reconhecimentos a 9Walls já recebeu?
Gilmo França: Fomos agraciados pela CNA no Hub/CNA na Biotic, em Brasília. Conquistamos prêmios IDEAZ, AMPROTEC e CENTELHA DF. Hoje, a CNA impulsiona nossa atuação nacional, alinhando-nos às principais entidades do agro.
Por que o sistema é um divisor de águas?
Gilmo França: Não é só proteção: é certificadora de excelência. Transforma segurança em vantagem competitiva. O produtor foca no essencial — trabalhar, crescer e consolidar o Brasil como celeiro do mundo.

