E, para quem já vem sofrendo com as mudanças constantes no comando da equipe, não foi uma surpresa — mas a frustração, essa, continua. Mais uma vez, o time se vê sem rumo, e o torcedor se pergunta até quando a crise vai continuar a dar as cartas.
Aquele empate por 1 a 1 contra o Mixto-MT, em casa, na Série D, poderia ser visto como apenas mais um tropeço. Mas, quando a sequência de resultados ruins se acumula, já não é só o placar que incomoda.
O time, que não consegue engatar uma boa fase, viu a saída de Roberto Fernandes ser quase inevitável. Ele chegou com esperanças de estabilidade e com um bom histórico, mas a pressão não deu trégua. E a verdade é que o torcedor está cansado dessa instabilidade.
A diretoria, com aquele estilo que já virou marca registrada, divulgou a nota oficial logo após o jogo, dizendo o que todos já sabiam:
- “A diretoria do Capital agradece ao técnico Roberto Fernandes pelos serviços prestados e pela dedicação ao nosso clube. Informamos que ele não continuará como treinador. Desejamos muito sucesso em seus próximos desafios.”
É, mas a torcida não sente alívio com esses agradecimentos. Em 2025, a dança dos técnicos já foi para o terceiro ato: Paulinho Kobayashi começou o ano, mas caiu após a eliminação na Copa Verde. Marcelo Cabo, que até levou o time ao vice-campeonato candango, viu uma chance maior e se foi para o Santa Cruz. Agora, Roberto Fernandes, que teve apenas cinco jogos à frente do time, também não resistiu.
A gente sabe que futebol é resultado, mas também sabemos que não dá para construir nada se as bases ficam sendo destruídas o tempo todo.
O time começa o ano e, em menos de seis meses, já está buscando o quarto técnico. Isso é uma constante que desgasta, não só o elenco, mas quem está ali na arquibancada, vestindo a camisa e acreditando.
O torcedor do Capital quer ver o time lutar, quer ver um projeto que tenha continuidade, e não promessas que acabam sempre no meio do caminho.
Cada troca de treinador é uma ferida que se abre e a confiança vai se quebrando. E, honestamente, não tem mais paciência para isso.
Agora, enquanto o clube ainda não se posiciona sobre quem vai assumir, o torcedor já sabe que, mais uma vez, o futuro é incerto.
O Capital não tem tempo a perder, mas, mais importante que isso, precisa encontrar um rumo — e não mais um nome para o cargo. O time já rodou demais em círculos. Chegou a hora de parar de procurar soluções temporárias e construir algo sólido. Porque a Série D não espera e, pelo jeito, nem a torcida aguenta mais.