A crescente impopularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva está levando partidos da base aliada a reconsiderar seu apoio ao governo.
O Partido Progressista (PP) é um dos que avaliam o desembarque, ao refletir sobre o desgaste do presidente petista diante do cenário político e econômico.
Com a inflação dos alimentos pesando no bolso da população, pesquisas recentes apontam uma queda significativa na aprovação de Lula, inclusive no Nordeste, região que historicamente o apoiava.
Na Bahia, por exemplo, a desaprovação do presidente atingiu 51%, superando a aprovação, que caiu para 47%.
Diante desse quadro, Lula foi acusado de utilizar uma estrutura de governo para melhorar sua imagem, recorrendo a pronunciamentos na cadeia nacional de rádio e TV.
Na semana passada, o presidente destacou programas como Pé-de-Meia e Farmácia Popular, mas os opositores afirmaram que a verdadeira intenção foi tentar recuperar a confiança da população, requentando programas que já eram de conhecimento de todos.
O deputado federal Evair de Melo (PP-ES) entrou com exigências na Procuradoria-Geral da República (PGR) e no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), solicitando investigações sobre possível abuso de poder político e econômico.
A crise de popularidade dificulta a governabilidade e afasta antigos aliados, tornando ainda mais difícil para Lula colocar seu governo nos trilhos.
Um governo que manda a população tomar chá de eva cidreira no lugar do café; deixar de chupar laranja e culpa pela alta dos preços em quem produz e vende alimentos está fadado a ser derrotado em 2026.
Lideranças como Arthur Lira e Ciro Nogueira classificaram o governo como uma “barca furada”, afundando sobre ondas de incertezas.
Com dificuldades para manter sua base unida, Lula busca formas para reverter o desgaste e impedir um esvaziamento ainda maior de seu apoio no Congresso.
Em meio à crise de popularidade e ao afastamento de aliados, Lula busca apoio em setores historicamente ligados ao PT.
Desesperado, ele sinaliza para um antigo parceiro: o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
O presidente programou para esta sexta-feira (7), sua primeira visita oficial a um acampamento do movimento.
O MST, que vinha demonstrando insatisfação com a “paralisação” da reforma agrária prometida em campanha, ameaçava intensificar suas manifestações no chamado “Abril Vermelho”.
Lula, que está receoso de um levante contra o governo, tenta se reaproximar do movimento, na tentativa de conter sua crescente impopularidade.