Pelo menos oito dos 24 deputados distritais mostraram nesta terça-feira (29), de que lado estão e com disposição para fazer a vontade do governador Rodrigo Rollemberg. Eles aprovaram, a toque de caixa, em três comissões da Câmara Legislativa, o Projeto de Lei Complementar nº 122/2017 que trata de alterações no regime previdenciário dos servidores do GDF
Por Toni Duarte
Na próxima terça-feira (05), a proposta irá a plenário. O governo irá precisar de apenas 13 votos favoráveis, apesar de contar com bem mais do que isso, para enterrar de vez o Instituto de Previdência dos Servidores Públicos do DF (Iprev) limitando as aposentadorias ao teto do INSS.
De nada adiantaram os apelos, a indignação e as vaias dos representantes das mais diversas categorias de servidores do GDF, presentes ontem na Câmara legislativa, com o objetivo de pressionar os deputados.
Os membros das comissões de Assuntos Sociais (CAS); de Economia, Orçamento e Finanças (CEOF), e de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara Legislativa, já tinham seus votos definidos e o compromisso firmado, sabe-se lá como com o governador, de votarem favorável ao PLC nº 122/2017, apesar da chiadeira dos servidores.
Na Comissão Economia, Orçamento e Finanças a proposta foi aprovada por unanimidade pelos deputados Agaciel Maia (PR), Rafael Prudente (PMDB), Júlio César (PRB), Chico Leite (Rede) e Prof. Israel (PV).
A matéria também foi aprovada por unanimidade na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) com os votos da relatora Luzia de Paula (PSB) e dos deputados Juarezão (PSB) e Rodrigo Delmasso (Podemos). Já na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), a proposta encontrou uma tímida resistência, mesmo assim o texto do governo foi aprovado com três votos favoráveis – Rodrigo Delmasso, Julio Cesar e Prof. Israel – e dois contrários – Celina Leão (PPS) e Prof. Reginaldo Veras (PDT).
O governo justifica que o fundo é superavitário em mais de R$ 1 bilhão e que só tem 152 aposentados e com mais de 30 mil contribuintes que ingressaram no governo a partir de 1º de janeiro de 2007.
Ocorre que se o governo mete a mão na poupança feita pelos servidores desde 2007, chegará a época, um pouco lá na frente, que não haverá dinheiro para bancar as aposentadorias dos contribuintes de hoje.
Em setembro de 2015, quando o GDF recorreu ao fundo pela primeira vez, o Iprev tinha R$ 3,3 bilhões em caixa, o que representava um superávit de R$ 1,7 bilhão. Com a ajuda da maioria dos deputados distritais , Rollemberg usou 75% da grana. No ano passado, também com a ajuda dos distritais, o GDF raspou mais R$ 493,5 milhões da previdência dos servidores do DF.
O primeiro montante de recursos tirado do Iprev seria para ser pago com lotes podres da Terracap o que nunca aconteceu. Já o segundo empréstimo seria devolvido em ações do Banco de Brasília (BRB), o que também não houve.
Rollemberg que já tem uma gorda aposentadoria garantida pelo Senado, ri a toa por contar com os amigos deputados para fazer as manobras que camuflam as pedaladas contábeis do governo de Brasília no orçamento de cada ano.
Quanto aos deputados, a maioria não se intimida mais com a indignação de alguns gatos-pingados que ainda vão a Câmara Legislativa para protestar.
A maioria de suas “Excelências” acredita que a população é burra e idiota por não reagir a nada e ainda acham que serão reeleitos. Na votação da próxima terça-feira a maioria deles dará o voto de confiança Rollemberg e dane-se o idiota do servidor público.