O raio pode sim cair, pela segunda vez, no mesmo lugar para beneficiar, com a mesma sorte, o pior governador da história de Brasília. Com o poder da caneta na mão, Rollemberg pode se reeleger nestas eleições graças a ajuda que tem, pelas vias tortas, da confusa e insana oposição ao seu governo. A turma não consegue fechar uma chapa. A que se apresenta hoje pode não ser a de amanhã
Por Toni Duarte//RADAR-DF
Enquanto os órfãos de Jofran Frejat vão de madrugada adentro em uma briga de foice para formar uma chapa majoritária, fato que não consegue desde quando o ex-secretário de saúde resolveu abandonar uma eleição quase ganha, o governador Rodrigo Rollemberg vai tomando folego da situação prometendo o paraíso para melhorar a vida dos mais de três milhões de brasilienses.
É fato que Rodrigo Sobral Rollemberg nasceu com aquilo virado para lua.
Em 1980, aos 20 anos de idade, o atual governador de Brasília, entrou pela porta dos fundos no Senado Federal na carona do trem da alegria, empurrado pelo ex-senador Augusto Franco – um poderoso cacique sergipano.
Dez anos depois, RR disputou sua primeira eleição para deputado distrital mas não se elegeu. Disputou novamente o mesmo cargo em 1994 e alcançou a primeira suplência. Teve a sorte de assumir o mandato, mesmo que eventualmente, pelas licenças do titular Wasny de Roure (PT).
Rollemberg de fato conseguiu se eleger, efetivamente, em 1998, a deputado distrital. Perdeu em 2002 para governador, mais assumiu a Secretaria Nacional de Inclusão Social, do Ministério da Ciência e Tecnologia como prêmio de consolação.
Em 2006, foi eleito deputado federal, 2010 elegeu-se senador, e em 2014 lançou-se novamente ao Buriti.
Se elegeu diante dos muitos fatos que todos conhecem. Há quem afirme que Rollemberg teve a sorte de contar com a ajuda de Arruda, tragado pela caixa de pandora, que custou a decidir quem o substituiria e com a ajuda do então criticado e odiado governador Agnelo Queiroz (PT)
Ao que parece, a mesma história de sorte tende a se repetir.
Graças novamente a ajuda de Arruda, Rollemberg não perderá a eleição no primeiro turno deste ano, já que não tem mais Frejat para atrapalhar o seu caminho. O ex-secretário de saúde liderava todas as pesquisas de intenção de voto.
A coligação partidária MDB, PP, Avante, DEM, PR e agora PSDB, rachou em duas em menos de 24 horas de formada.
A primeira banda, comandada por Filippelli, formada pelos três primeiros partidos acima, anunciou que o pré-candidato ao Buriti é Ibaneis Rocha, ex-presidente da OAB-DF.
Já Alberto Fraga (DEM), com a ajuda de Izalci Lucas (PSDB) e do PR, também se lançou, mais uma vez, pré-candidato a governador. O curioso é que nem de um lado e nem do outro consegue formar uma chapa completa.
Nem mesmo Jofran Frejat, que tirou uma fato ao lado de Alberto Fraga e Izalci Lucas, na porta de sua casa, para demonstrar apoio, bota fé que desse grupo possa sair alguma solução consensual.
Com certa dose de humor e ironia o ex-secretário de saúde preferiu cantar um trecho da música “fera ferida” de Roberto Carlos.
“Não vou mudar. Esse caso não tem solução. Sou fera ferida, no corpo, na alma e no coração”, cantarolou Frejat
A direita desde quando perdeu o comando do Buriti, perdeu também a capacidade de se unir em torno de um clamor popular que rejeita um governo que acabou com a saúde, arrebentou com a educação e sucateou a segurança.
A turma parece perder pra ela mesma, onde cada um pensa no seu próprio umbigo. Que tal então o povo experimentar o novo e mudar radicalmente a cara política de Brasília? Tirar o emprego deles e mandar todos para casa?
As urnas são o único caminho para isso.