A mais importante e mais bem preparada unidade de busca, resgate e salvamento do Brasil, o “BREC” do Corpo de Bombeiros Militares do Distrito Federal não foi ajudar na maior tragédia humana e ambiental do país, ocorrida em Brumadinho. O Comando Geral alegou que falta ao Estado vizinho se manifestar quer ou não a ajuda. Até mesmo o quebrado Rio de Janeiro, que não consegue pagar o funcionalismo em dia, enviou ajuda para Minas Gerais. Municípios pequenos de todo país tem enviado equipes de salvamentos. Mais de 250 pessoas continuam desaparecidas
Por Toni Duarte//RADAR-DF
No mesmo dia da tragédia humana e ambiental de Brumadinho, região metropolitana de Belo Horizonte, ocorrida na sexta-feira (25), provocada pelo rompimento da barragem de rejeitos da mineradora Vale, o governador Ibaneis Rocha colocou à disposição o Corpo de Bombeiros Militares do Distrito Federal para ajudar no resgate das vítimas.
Dois dias depois do anúncio, veículos de comunicação do DF chegaram a publicar que uma equipe de 12 bombeiros teria sido enviada ao local da tragédia. No entanto, a notícia não é verdadeira.
O Radar apurou que o Corpo de Bombeiros do DF não enviou absolutamente ninguém a Brumadinho. A assessoria de imprensa da corporação explicou ao Radar nesta quinta-feira (31/01), que ainda estão esperando que a iniciativa parta das autoridades mineiras se precisam ou não da ajuda.
Enquanto isso não acontece, as famílias de Brumadinho seguem com a solidariedade de muitos militares e de onde menos se espera, como um grupo de bombeiros militares aposentados do Estado da Bahia.
Mesmo sem o preparo físico para se rastejarem no mar de lama a procura de sobreviventes, colocam as suas experiências para confortar os que choram a perda de seus entes queridos.
“Neste momento qualquer gesto, serve”, disse o sargento Sousa, bombeiro aposentado do CBMDF ao ser procurado pelo Radar. Ele não sabe por que a sua corporação ignorou a tragédia de Brumadinho.
Não é novidade pra ninguém que o Corpo de Bombeiros Militares do Distrito Federal é a mais preparada Corporação em combate a incêndio, salvamento, busca e resgate do país.
Para o caso de Brumadinho, o CBMDF tem os melhores equipamentos e a melhor matilha de cães farejadores de cadáveres como os que foram usados na busca pelas vítimas de um dos piores acidentes aéreos da história do Brasil, ocorrido em setembro de 2006.
Um boeing da Gol bateu em um jato Legacy no ar e caiu na região de Peixoto de Azevedo, a 692 km ao Norte de Cuiabá.
As 154 pessoas que estavam a bordo, entre tripulantes e passageiros, morreram na queda.
Nem precisou de alguém pedir formalmente a ajuda. O Grupamento de Busca e Salvamento de Brasília da Vila Planalto estava lá fazendo o trabalho.
No pior terremoto da história do Haiti, que devastou Porto Príncipe, cuja catástrofe deixou 316 mil mortos, 350 mil feridos e mais de 1,5 milhão de flagelados, os Bombeiros Militares do DF também estavam lá.
Foram convocados pela Organização das Nações Unidas que recrutou as mais experientes unidades de salvamento e busca do planeta.
O “BREC”, especializado na busca e resgate em estruturas colapsadas, ligado Insarag/ ONU, bem que poderia contribuir, em muito, com as famílias enlutadas de Brumadinho.
Mas, os nossos heróis bombeiros do DF, que choram pela tragédia do estado vizinho, não estão lá. Lamentável.
